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Vista geral de Silves. |
Silves, no interior algarvio é um dos destinos culturais imprescindíveis no sul de Portugal. A sua história tornam esta cidade uma das mais antigas do Algarve, tendo sido durante muito tempo o mais importante aglomerado urbano e capital do Reino do Algarve, quer em período muçulmano quer após a sua conquista definitiva em 1243.
Das figuras históricas ligadas a Silves há a destacar Ibn Quasî, que conquista a sua cidade natal ao poder dos almorávidas, tornando-se rei dum território que incluí Mértola, Beja e Évora, estabelecendo um pacto de convivência com D. Afonso Henriques. Outra dessas figuras históricas importantes na história local cabe a D. Sancho I, que para vingar a morte de Ibn Quasî, aliado de seu pai, conquista a cidade com a ajuda de mercenários europeus, que acabam por desrespeitar o acordo do rei com a povoação local, provocando o levantamento popular e perda de Silves para o reino do califa Almançor. A sua conquista definitiva dá-se em 1243, tornando-se sede do Reino do Algarve.
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Ponte de Silves. |
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Interior do mercado de Silves. |
Ao chegar a Silves, rodeada pelo rio Arade, a primeira referência histórica que se encontra é a
ponte sobre este rio. Foi graças ao Arade que Silves teve a sua época áurea, permitindo a navegação até ao mar, e que progressivamente se foi assoreando. A ponte data do século XV tendo sofrido várias melhorias ao longo dos tempos.
Lá ao alto já se vislumbra o castelo, obra maior de Silves, inconfundível pela cor da pedra com que foi construído, mas antes de entrar na malha urbana, é de aproveitar para contemplar a Cruz de Portugal (sec. XV), singular peça de escultórica do gótico com aspetos manuelinos.
Um dos locais mais populares de Silves, junto à EN124, é o
mercado municipal onde se podem adquirir produtos locais, num autêntico edifício de estilo Português Suave, característico do período da ditadura nacional, e coração da baixa, onde nas suas ruas se pode ainda apreciar algumas lojas tradicionais misturadas com outras dedicadas aos turistas, entre cafés e restaurantes.
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Praça do Município, pelourinho, Portas da Cidade e ao fundo a Sé de Silves. |
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Antiga Casa da Câmara sobre a Portas da Cidade, Silves. |
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Atravessando as Portas da Cidade, Silves. |
Subindo a rua 5 de outubro, alcança-se a praça do Município, onde, além dos Paços do Concelho (sec. XIX) e do posto de turismo, se encontram as
Portas da Cidade. Trata-se de uma das torres albarranas que compunham a muralha de Silves, sendo que nesta foram construídos pelo lado interior a antiga
Casa da Câmara (sec. XIV).
Desde aqui é fácil chegar à
Sé de Silves, antiga catedral algarvia até 1577 quando é transferido o episcopado para Faro. A sua construção original terá seguido à conquista definitiva da cidade, ocupando o espaço da antiga mesquita, sendo que a atual estrutura gótica corresponde ao século XV. A porta de arquivoltas ogivais, a cabeceira e os contrafortes no arenito avermelhado da zona marcam o seu exterior. O interior de três naves volta a ter na cabeceira os aspetos de maior interesse, sejam as arcas tumulares ali existentes quer a própria estrutura da capela-mor e suas absides. (Entrada 1,00€/2020).
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Antiga Sé de Silves. |
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Cabeceira da Sé de Silves. |
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Interior da catedral de Silves. |
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Portal manuelino da Misericórdia de Silves. |
Frente à Sé a igreja da
Misericórdia, cuja porta lateral em estilo manuelino é um dos elementos mais fotografados de Silves.
A pedra arenita de cor avermelhada forma o castelo de Silves. Edificação almóada datada do século XII, ao qual foram feitas melhorias pelos reis de Portugal e restaurado em 1940 e com trabalhos mais recentes. Trata-se da principal fortificação medieval do Algarve, guardando no seu interior restos arqueológicos do palácio almóada. (Entrada 2,80€/2020). A guardar a entrada do castelo encontra-se a estátua de D. Sancho I (1944444) do escultor Leopoldo Almeida.
Última referência para a praça Al-Mutamid, junto ao rio Arade, com um grupo escultórico representativo da população de Xelb, nome islâmico de Silves no século XI, onde o rei Al-Mutamid, rei de Sevilha, viveu a sua juventude. A obra é do escultor António Quina.
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