Valença do Minho, visitar a fortaleza à beira rio

Valença do Minho vista desde Espanha.
Se fossemos galegos Valença do Minho seria sinónimo de atoalhados e outras roupas de casa. A fortaleza, que em 1661 desenhou Miguel de l'Ecole, substituiu a muralha medieval que após a Restauração, já tinha detido os ataques dos espanhóis por duas ocasiões, e que hoje serve de resguardo a milhares de visitantes além-fronteira no seu ataque pessoal às muitas lojas e boutiques que alberga a fortaleza, daí que na Galiza se associe Valença do Minho a compras!

Rua intramuros em Valença do Minho.
Localizada nas margens do rio Minho, enfrentando a vila espanhola de Tui, o papel histórico e fronteiriço marca e marcou desde a sua fundação no século XIII a história de Valença do Minho. Hoje cidade aberta a Espanha, da qual depende grande parte da sua economia, é uma paragem obrigatória no Alto Minho, sendo imprescindível entrar dentro da sua fortificação.

Porta da Coroada, Valença do Minho.

Baluarte da fortaleza de Valença do Minho.

Igreja militar e estátua de S. Teotonio, Valença do Minho.
A fortaleza abaluartada de Valença divide-se em dois corpos comunicados entre si pela porta do Meio, correspondendo a zona norte à antiga vila medieval e ao traçado da muralha medieval, enquanto a sul, rodeada pela denominada Obra Coroada, se situavam a praça de armas e zona de acampamento militar. A visita ao recinto deverá ser feita a pé, estacionando nas ruas da localidade e subindo à fortificação entrando pelas portas da Coroada, passando o revelim e a muralha, entrando na ampla praça de armas centrada pelo monumento aos mortos da Grande Guerra, e onde se encontra também o paiol do Campo de Marte (sec. XVIII).

Aproveitar as vistas sobre a muralha e baluartes da Obra Coroada, serve perfeitamente para entender como a evolução da pirobalística levou à construção deste tipo de fortificação abaluartada, da qual Valença do Minho é um bom exemplo.

Neste espaço da Coroada encontram-se ainda a Capela do Encontro (sec. XVII), a capela militar do Bom Jesus (sec. XVII/XVIII) e a estátua do filho da terra e primeiro santo português o bispo S. Teotónio, confessor de D. Afonso Henriques.

Igreja Sta. Maria dos Anjos, Valença do Minho.
A entrada na zona mais antiga da vila, que corresponde ao traçado da muralha medieval, faz-se pela porta do Meio, permitindo assim a ligação entre a Coroada e a Magistral, onde maioritariamente se desenvolvia a vida civil da cidade. Atualmente aqui se situam os principais serviços públicos do concelho além de 1001 lojas dedicadas principalmente aos visitantes que chegam do ouro lado do rio Minho. A nível patrimonial além de percorrer as muralhas, merece destaque o marco miliário romano, atualmente junto à igreja de Sto. Estevão (sec. XVII), a igreja de Sta. Maria dos Anjos (sec. XIII), ou a casa do Eirado (sec. XV) com a sua curiosa cabeça degolada!

Vista da fortificação de Valença do Minho.

Valença do Minho vigiando o rio Minho e as terras galegas.

Porta do Gaviarra, Valença do Minho.

Interior da porta do Gaviarra, exemplo da adaptação do medieval ao abaluartado.
A recomendação de um local imperdível nesta visita a Valença do Minho vai para a porta da Gaviarra, onde é possível reconhecer as obras medievais e abaluartadas em perfeita comunhão num túnel de acesso usado pelos peregrinos de Santiago.

Última nota para a ponte internacional sobre o rio Minho que liga Valença do Minho a Tui. Trata-se de uma iniciativa régia de D. Pedro V que incentivou a ligação ferroviária de Portugal com a Europa, permitindo a união das duas margens do rio Minho com uma ponte rodoferroviária. O traço foi do arquiteto espanhol Pelayo Mancebo y Ágreda, sendo a construção suportada pelos dois países, inaugurando-se em 1886, mantendo-se atualmente ainda em funções, permitindo vistas sobre o rio e a fortaleza raiana impressionantes.

Vista da fortaleza de Valença do Minho.

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