Grécia by Gil Sousa


Este é um dos blogueiros lusofonos que sigo há mais tempo e com o qual viajo imaginariamente ao ler as narrativas das suas viagens e aventuras no seu blogue Look Left. Gil Sousa, agora radicado na Irlanda, representa o espírito viajeiro que todos temos encerrado em nós e que se liberta logo que começamos a planear o próximo destino, seja à aldeia aqui ao lado ou à distante Austrália, por onde ele já andou! 
Que partilhe neste caderno um apontamento sobre a sua paixão pela Grécia é um prazer e uma honra que não saberei agradecer-lhe. Espero ver-te em breve pelo meu Alentejo e que o partilhemos em conjunto!
Escolher a Grécia como um dos meus destinos preferidos é algo complicado. A relação que tenho a Grécia é bem pessoal, vivi em Atenas por 6 meses e durante esse tempo deu para criar laços fortes com algumas pessoas locais. Grande parte das memórias que criamos de um local se deve às pessoas com quem nos cruzamos. 

Desde pequeno que tenho uma adoração por história antiga, quando descobri que iria viver na Grécia foi como um sono tornado realidade. Mas o primeiro impacto foi bem diferente do que esperava, Atenas não é uma cidade limpa e tem muitos dos problemas que se encontram em muitas das grandes capitais. Foi uma sensação muito agri-doce, ver o Partenon todos os dias e ao mesmo tempo ver lixo por todo o lado, ver pobreza nas ruas e ter chegado numa altura em que o povo estava a revoltar-se contra o governo. Por algum tempo detestei Atenas, mas viver num local é uma experiência completamente diferente de visitar esse mesmo local. Já voltei mais duas vezes a Atenas depois de ter ido embora! Do impacto inicial menos bom, acabei por ficar com um amor para a vida. 

Quando me pedem sugestões sobre a Grécia, muitas pessoas ficam surpreendidas quando recomendo vários locais no continente grego. Turismo na Grécia é bem mais do que as praias paradisíacas, há muito mais para conhecer que vos vai deixar de queixo caído. 

Um dos locais que me deixou de boca aberta foi Metéora, não há imagem que faça jus à sensação de estar naquelas montanhas e ver aqueles mosteiros. E nem é preciso alugar carro para visitar este local, é possível ir de comboio desde Atenas. 

A Grécia é um país bem completo no que respeita a turismo, desde as praias paradisíacas que são tão conhecidas, a montanhas acima dos 3 mil metros, da história antiga a história bem recente. Há de tudo para explorar na Grécia. Sabiam que o país que conhecemos hoje, com estas fronteiras, tem apenas cerca de 100 anos? Um local com tanta história tão antiga, mas cujo país é “bem recente”. 

Durante vários séculos a Grécia foi composta por vários povos, com várias cidades-estado e algumas zonas independentes com as suas próprias capitais. Mesmo Atenas nem sempre foi a capital da Grécia, ou destes povos. Não muito longe de Atenas podem visitar a belíssima cidade de Nafplion, uma das capitais antigas da Grécia. E pelo caminho até podem visitar um dos teatros mais importantes da Grécia, o Teatro Epidauro, que infelizmente não cheguei a visitar... 

No que respeita a ilhas, tentei visitar o menos óbvio. Em 6 meses a viver em Atenas acabei por nunca visitar nem Mykonos nem Santorini, mas ao todo ainda visitei 9 ilhas. As que mais me ficaram na memória foram Rodes e Escíato, ambas são bem conhecidas, mas não tão populares como as ilhas do grupo das Cíclades. 

Em Rodes dei a volta à ilha toda, mas foi na cidade antiga que deixei parte do meu coração. É bem turística, muita gente a tentar forçar vendas, mas não deixa de ser um local lindíssimo. E falando em “lindíssimo”, uma das vilas da ilha, que se chama Lindós, é uma pequena pérola afastada das multidões. Foi nessa vila onde mergulhei pela primeira vez no mar grego, em águas cristalinas! 

Gil Sousa no ilhéu de Monemvasia, Grécia.
Em Escíato a experiência foi bem diferente, fui sozinho e em vez de carro aluguei uma scooter. Conduzir numa ilha bem acidentada com uma scooter é um bocado arriscado, e não faltaram recomendações para evitar certas partes da ilha sob risco de acidentes mortais. Fiquei-me pela parte sul, e ainda assim fiquei maravilhado. Sabiam que o filme Mamma Mia foi filmado nestas ilhas? No filme deram um nome fictício à ilha para evitar grandes enchentes de turistas, na verdade o filme foi filmado em várias ilhas e numa península, mas hoje em dia o nome Mamma Mia aparece por todo o lado. Hotel Mamma Mia, Excursão Mamma Mia, Cruzeiro Mamma Mia. É impossível ficar indiferente ao filme quando se visita a ilha, mas ainda assim é um local que me ficou na memória. 

Para terminar, a minha última sugestão é um local bem mais remoto e difícil de visitar, mas pelo qual fiquei completamente apaixonado. É um pequeno ilhéu no sul do Peloponeso chamado de Monemvasia, mas que está ligado ao continente por uma pequena ponte de cerca de 200 metros. Por volta do ano 375 AC a pequena península foi separada do continente devido a um tremor de terra, daí a proximidade da ilha do continente. Para lá chegar é um pouco mais complicado, as opções por terra são apenas de autocarro ou carro particular, e ainda fica a cerca de 4 horas de viagem desde Atenas. Infelizmente a opção de barco foi descontinuada há uns anos, no entanto existem sempre a possibilidade de visitar em excursões ou viagens de barco privadas. 

A Grécia é um país que me ficou no coração, apesar do primeiro impacto menos bom, acabou por se tornar num dos meus países preferidos. E é bem mais do que ilhas e praia, existe muita cultura e história a explorar num país tão rico culturalmente. A minha recomendação ao visitar a Grécia é irem com a mente aberta, e com muita vontade de explorar! 


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