Castela e Leão
Comidas
Espanha
Cochinillo de Segóvia
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Cochinillo de Segóvia. | Foto sorianoticias |
Na essência este prato "típico" de Segóvia foi uma invenção gastronómica de Cándido Sanz, um cozinheiro local que aproveitando a crescente procura turística da cidade nos alvores do século XX, inventou uma liturgia em redor do leitão assado em forno de lenha, que aliou a sabores regionais e um saber acolher que o tornaram num famoso chef tradicionalista em Espanha. A receita é simples um leitão, banha e louro. O segredo está na temperatura do forno e na forma de o assar.
O leitão sempre foi uma iguaria para a alta nobreza que se podia dar ao luxo de comer porcos bebés, não tendo a necessidade de o ter de engordar para se alimentar ao longo do ano, como o faziam as famílias do povo. Nesta zona sempre houve a tradição, e necessidade, da cria de porcos, e devido ao caráter nobre de Segóvia, sempre houve também a tradição de nos banquetes apresentar o leitão como uma iguaria de luxo, que o promotor se podia gabar de oferta-lo aos seus comensais. E foi precisamente o 4º filho de D. Fernando I de Bragança quem alimenta a lenda local. Conta-se que ao passar pela cidade de Segóvia, ter visto uma mulher com leitões à qual retira um recusando-se a pagar por ele, tendo a porqueira rogado-lhe uma praga, da qual viria a falecer o nobre português no seu exílio na corte de Isabel I de Castela.
Dentro da parafernália inventada por Cándido Sanz sobressaí a de cortar o leitão usando um prato de porcelana, para assim demonstrar aos comensais a delicadeza e ternura do pequeno porcino, terminado por atirar o prato ao chão para demonstrar que é de loiça!
Atualmente é uma iguaria cara, existindo os restaurantes assadores que em forno de lenha o preparam de forma magistral, mas procurando fora da zona turística e residencial de Segóvia pode encontrar-se locais mais económicos.
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