Rias Baixas, o que ver nas suas aldeias, praias e cidades

Porto d'O Grove, Galiza, Espanha.
As Rias Baixas são uma zona costeira na Galiza (Espanha) que se desenvolvem desde Baiona até Finisterra, estando formadas pelas rias de Vigo, Pontevedra, Arousa e Muros-Noia, um dos destinos mais procurados no norte de Espanha.

O que propomos é uma escapada por esta zona da Galiza ao encontro das belezas naturais das rias, das suas aldeias e portos pesqueiros, bem como das cidades mais importantes da região.

Cidades 

Catedral de Tui, Galiza, Espanha.
Cruzando o rio Minho, deixando atrás Valença do Minho, entramos na Galiza e encontramos em frente ao rio a cidade de Tui, porta de entrada na região que nos acolhe com o seu rico património, coroada pela sua catedral do século XII (entrada 4,00€/2019), estando esta rodeadas pelas ruas medievais do burgo, onde convém ainda não perder a barroca igreja barroca de estilo português de S. Telmo, o túnel das freiras ou os restos das muralhas medievais, sem esquecer o belo passeio ribeirinho junto ao rio Minho.

Rúa Cesteiros, Vigo, Galiza, Espanha.

A grande metrópole das Rias Baixas e de toda a Galiza, Vigo pode parecer ter pouco para oferecer aos visitantes, mas detrás da grande mole de edifícios de apartamentos e escritórios, esconde-se a cidade mais castiça e tradicional subindo desde o antigo porto pesqueiro e hoje uma das grandes portas de saídas de mercadorias da Galiza, além de um importante frota pesqueira.

Capela da Peregrina, Pontevedra, Galiza, Espanha.
Santuário das Aparições, Pontevedra, Galiza, Espanha.

Basílica Sta. Maria, Pontevedra, Galiza, Espanha.
A capital desta província é uma cidade que esconde um centro histórico deverás interessante. Pontevedra convida a andar e percorre-la tropeçando em praças, jardins e monumentos sem esquecer o santuário das aparições da Virgem Maria à pastorinha de Fátima, irmã Lúcia, quando esta viveu no convento carmelita de clausura desta cidade.

Pormenor da rúa do Franco, Santiago de Compostela, Galiza, Espanha.
Se é habitual usarmos a expressão "todos os caminhos vão a Roma" a verdade é que na Península Ibérica mais deveríamos dizer que todos os peregrinos e caminhantes terminam rumando a Santiago de Compostela, cidade Património Mundial, que tem acolhido desde a Idade Média todos os que caminham para alcançar o túmulo do apostolo S. Tiago Maior.


Ilhas e praias

Praia de Rodas, nas ilhas Cies, Espanha. | Foto theguardian.com
Eleita pelo jornal britânico The Guardian como a praia mais bela do mundo, descrevendo-a como a praia das Caraíbas dos habitantes locais, com as suas águas turquesas e a areia suficientemente branca para acreditar nesta comparação até que se mete um dedo na água... Trata-se da praia de Rodas nas Ilhas Cies, integrada num parque nacional, espaço protegido para o qual é necessário prévia autorização para visita (consultar e adquirir aqui) dado apenas serem permitidos 2.000 pessoas/dia, mesmo antes de adquirir o bilhete do ferry.

Praia d'A Lanzada, Galiza, Espanha.
Praia d'A Lanzada, Galiza, Espanha.
Praia d'A Lanzada, Galiza, Espanha.

Outra das praias mais procuradas pelos locais e destino de férias dos galegos é a praia A Lanzada, um areal de 2,5 km aberto ao atlântico, paraíso dos surfistas. A lenda em torno a esta praia remete-nos para tempos passados onde as mulheres que queriam engravidar mergulhavam nas águas do Atlântico deixando-se banhar por nove ondas para conseguir a fertilidade durante o solstício de verão. No extremo sul da praia existe um promontório que atesta a ocupação desta localização mágica desde o século III a.c., com os restos arqueológicos dum castro celta ou os de uma antiga torre defensiva medieval (sec. X) ou a bela ermida românica de N. Sra. d'A Lanzada (sec. XIII).

Praia d'A Lamiña

A praia d'A Lamiña, esta situada na desembocadura do rio Minho, no concelho de A Guarda, com uma extensão de 800kms de areia branca, junto a um pinhal, que conta com um passadiço que permite percorrer toda a foz do rio, conectando com as vizinhas praias d'O Muiño e d'Armona.

Capela d'A Toxa, Galiza, Espanha.


Marginal d'A Toxa, Galiza, Espanha.

Ligada a O Grove por uma ponte (sec. XIX) está a ilha A Toxa, um destino termal, que ganhou fama após a cura de um burro abandonado pelo seu dono nesta ilha pela sua doença de pele, que quando este regressou para enterra-lo pensando-o morto constatou que os barros desta ilha, onde o burro se resguardou o tinham curado. Além dos hotéis, balneário e campo de golfe, merece a pena passear pela marginal até encontrar a capela (sec. XII) coberta de conchas de vieiras.




Puerto de Xufre, ilha d'Arousa, Galiza, Espanha.

Punta Cabalo, Ilha d'Arousa, Galiza, Espanha.
A ilha de Arousa, pequena comunidade piscatória situada na ilha homónima, tem o encanto dos pequenos portos, onde merece visita o de Xufre pela sua simplicidade, mas cujas praias de finas areias brancas estão entre as favoritas dos galegos. Merece a pena rumar até ao farol da Punta Cabalo, onde tomar um refresco olhando as águas da ria.


Vilas e aldeias

A Guarda, Galiza, Espanha.
Do outro lado do rio Minho, frente a Caminha, ergue-se A Guarda, vila pesqueira aberta ao mar, e que guarda um dos tesouros da cultura castrense da península Ibérica. Desde o porto de abrigo, da marginal cheia de restaurantes, às suas ruas labirínticas e ao castelo-fortaleza da Sta. Cruz (sec. XVII), tudo são pequenos aperitivos preparando para o prato forte que é o monte de Sta. Tegra, com o castro que se estende ao longo das encostas e uma visão (se as nuvens o permitem) sobre o mar, o rio e Caminha.

Mosteiro de San Xoán de Poio, Galiza, Espanha.
Também localizada além-rio, mas desta vez do lado na margem direita do rio Lérez e da ria de Pontevedra, unida a esta por uma ponte, localiza-se Poio, uma pequena vila que destaca pelo seu grande mosteiro de San Xoán de Poio, onde atualmente se pode ficar alojado, e que mantém a igreja e claustro barroco, bem como um mais antigo do renascimento. Impressionante o espigueiro com 123 m2 de superficie!

Combarro, Galiza, Espanha.
Há aldeias e vilas que da sua natureza tradicional pouco ou nada resta e se transformam em locais "instagram" procurados para a fotografia típica esquecendo-se do importante de viver o sitio e partilhar o momento. Combarro é um desses locais, com os seus espigueiros na praia, manifestação do caráter de sobrevivência entre a agricultura e a pesca e que hoje servem de sombra aos comensais!

Bandeira da Galiza.

Cruzeiro de mexilhões, O Grove, Galiza, Espanha.
A vila d'O Grove, é um porto pesqueiro e de aquicultura, o maior centro produtor europeu de mexilhões, com mais de 2.500 "bateas" (plataformas flutuantes), apenas nesta ria de Arousa, destinadas ao cultivo de mexilhão, ostra e vieira . Desde o seu porto saiem os cruzeiros, com degustação de mexilhões, que se aproximam às plataformas para o processo de cria destes moluscos. (Entrada 15,00€/2019). A oferta gastronómica aqui tem por base o marisco e existem dezenas de restaurantes para cair em tentação.

Paço de Fefiñanes, Cambados, Galiza, Espanha.
A natureza foi bondosa com as Rias Baixas, pois além de dar-lhe o marisco, possibilitou o cultivo de vinhas "albariño", que produzem um vinho jovem de elevado grau alcoólico e que guarnecem na perfeição uma mariscada por terras galegas. Na vila de Cambados, considerada capital vinícola da Galiza, existem várias adegas e inclusive uma no interior do paço de Fefiñanes (sec. XVI), um belo edifício renascentista formando uma praça sem igual na Galiza. Nesta vila considerada património histórico merece destaque ainda a igreja de S. Bento (sec. XV/XVII) com os seus guerreiros no adro, e também os curiosos arcos-túnel ou a torre de menagem do paço de Fefiñanes. Vários outros paços, como o de Montesacro (sec. XVIII), e igrejas ou ainda a torre de S. Sandoriño (sec. X) no ilhote frente à praia, completam o património desta vila, sem esquecer as ruínas da igreja gótica do cemitério.

Para a próxima visita às Rias Baixas ficam pendentes uma lista de locais a conhecer tais como miradouro Ermida da Peneda, castelo de Soutomaior, Mondariz, Baiona entre outros sítios.

A viagem ou férias pelas Rias Baixas devem organizar-se à medida à medida das visitas e dos interesses pessoais, mas deixamos como exemplo um roteiro pelas Rias Baixas em 6 dias.

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