Amieira do Tejo, um castelo e uma lenda

Castelo de Amieira do Tejo, Nisa.

Amieira do Tejo é uma pequena vila que alberga um património construído e imaterial bastante interessante e que merece uma excursão de um dia ou servir de complemento num passeio pelo norte do Alentejo ou pelo Médio Tejo.

Amieira do Tejo, Nisa.

Amieira do Tejo vista desde o castelo, Nisa.

O entrançado das suas ruas, onde vivem menos de 200 pessoas, vai levando-nos até ao castelo situado junto às encostas que delimitam a povoação. Logo à entrada chama a atenção a capela do Calvário (sec. XVII), situada numa elevação enfrentando o povoado, iluminada pelo sol de poente, junto à escultura contemporânea de Carlos Henrich em homenagem às Jans (2003)

Percorrendo as ruelas de Amieira do Tejo encontramos janelas manuelinas, recantos de cal e ocre, a Matriz, mas sobretudo as suas gentes alentejanas!

O objetivo principal da visita a Amieira do Tejo é o seu castelo (sec. XIV) que pertenceu à Ordem dos Hospitalários (futuramente conhecida como Ordem de Malta quando no séc. XVI se transfere a sua sede para a ilha de Malta), e que formava parte da linha de defesa do Tejo, da qual também faziam ainda outros castelos como o de Almourol ou de Belver.

Pátio de Armas do castelo de Amieira do Tejo, Nisa.
Trata-se de um castelo medieval quadrangular, com torres quadradas nas esquinas, uma delas a de Menagem, mais alta e onde atualmente se exibe uma exposição sobre o monumento. Destaque para o estado de conservação do seu interior, onde, numa das torres angulares, ainda se conservam frescos. Todo a estrutura é rodeada por pequena barbacã, cuja porta é encimada pela cruz de Malta.


Capela S. João Batista, Amieira do Tejo, Nisa.

Aberta na barbacã a capela de S. João Batista (sec. XVI) com o seu pequeno retábulo albergando o patrono e onde sobressaí a abóboda de canhão com caixotões esgrafiados, onde alguns vêm a representação de falos em vez de flores!

Monumento às Jans, Amieira do Tejo, Nisa.
O património imaterial de Amieira do Tejo traduz-se na lenda das Jans, fadas tecedoras de linho. A verdade é que nas casas mais antigas da vila as peças de roupa e lençóis antigos eram de um linho tão fino que se dizia ser tecido por fadas, uma fadas que visitavam as casas de noite, tendo as senhoras deixado nas chaminés um bolo a cozer e junto a este o linho que pretendiam ser decido pelas Jans. Na manhã seguinte o bolo teria desaparecido e o linho estava já fiado, urdido e tecido em finos trabalhos. Diz ainda a lenda que essas peças de linho não podiam ser usadas para ir à igreja. Também para a passagem do corpo defunto da Rainha Santa Isabel, que terá atravessado o rio usando as barcas de Amieira do Tejo, as Jans teceram uma fina túnica para a sua viagem final até Coimbra!

Rio Tejo, Amieira do Tejo, Nisa.

Cruz de Malta sobre a porta do castelo de Amieira do Tejo, Nisa.

Capela do Calvário, Amieira do Tejo, Nisa.

Vistas em redor de Amieira do Tejo, Nisa.

Castelo de Amieira do Tejo, Nisa.


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