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Duomo de Milão, Itália. |
Milão, capital da Lombardia, e segunda maior cidade de Itália, sendo o principal polo económico e industrial e conhecida mundialmente como a cidade da moda.
Duomo (A)
A visita ao Duomo (catedral) de Milão marca o início deste roteiro. É muito provável que chegues aqui vindo do metro, e seguramente ao subires em direção à praça, comeces aos poucos por ver a sua fachada que não deixa ninguém indiferente, seja pela sua dimensão ou pelo lavrado das pedras, não sendo em vão considerada a mais bela igreja de Itália!
Existem várias possibilidades de visita, a primeira e gratuita, apenas ao exterior que por si só deve ser observado demoradamente para se poder absorver a panóplia de elementos decorativos. A visita ao interior, que impressiona pelas dimensões, das suas cinco naves e altas abobadadas (Entrada 3,00€/2019) ou a conjunta com a subida aos terraços a pé (Entrada 12,00€/2019) ou usando elevador (todas as informações
aqui).
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Pináculos do Duomo de Milão, Itália. |
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À sombra da catedral milanesa. |
No interior o destaque vai para a estátua de S. Bartolomeu (sec. XV), da autoria de Marco Agrate, que representa o santo mártir sem a pele, a qual tem colocada sobre o ombro a modo de manto. Interessantes também os restos arqueológicos no subsolo, com o batistério do século IV, ou, junto à entrada do templo, a Meridiana, um calendário solar do século XVIII, que atravessa o chão do templo, marcado com uma linha de cobre e decorada com os elementos do zoodiaco. Para os crentes, e segundo a tradição, no Duomo guarda-se um dos cravos que segurou Cristo à Cruz, e que se encontra exposto, suspenso, no altar-mor.
Contudo é subindo aos terraços que se pode observar a beleza e detalhe da fábrica com que foi construída esta igreja, iniciada em 1386 e apenas concluída em 1813, encontrando-se atualmente em trabalhos de conservação, tanto mais que se trata de um edifício propriedade da canteira de onde foi extraído o mármore para a sua construção e que pertenceu à família Visconti. A visita ao interior e exterior do templo vai consumir parte considerável da manhã de forma a poder usufruir de todo o espaço.
Galeria Vittorio Emanuele II (B)
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Galeria Vitor Manuel II, Milão, Itália. |
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Galeria Vitor Manuel II, Milão, Itália. |
Este é o "Salão de Milão", onde, desde 1877, as damas e cavalheiros burgueses de princípios do século XX, passeavam antes de ir ao teatro, percorrendo, ao abrigo da cobertura metálica envidraçada, o espaço que separa a praça do Duomo da praça do Scala. O desenho deveu-se a Giuseppe Mengoni, que criou uma estrutura que serviu de inspiração ao que hoje conhecemos como centros comerciais. Além do rito turístico de dar 3 voltas sobre o calcanhar nos testículos do touro, símbolo da vizinha Turim, há que deixar os olhos nas montras das principais lojas de moda e alta-costura ou dar-se ao luxo de tomar um café ou uma refeição numa das cafetarias e restaurantes que aqui se encontram e que são as mais luxuosas e caras de Milão.
Piazza della Scala (C)
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Estátua de Leonardo Da Vinci na praça Scala de Milão, Itália. |
A praça tem o nome do teatro da ópera da cidade, que se ergueu em 1778, no local onde existia uma antiga igreja dedicada a Santa Maria alla Scala, da qual herda o nome. Foi no Teatro alla Scala que Giuseppe Verdi estreou as suas óperas, e onde ainda hoje se escutam as notas deste e outros compositores. Contudo o edifício mais antigo da praça é o fronteiro ao teatro, trata-se do palácio Marino, construído para residência da família Marino no século XVI e transformado em sede do município no século XVIII.
A curiosidade é que a praça data apenas do século XIX, quando se encomenda a Luca Beltrami a transformação da área abrindo uma praça que dignifique o teatro, construindo una nova fachada para os Paços do Concelho, bem como o palácio Beltrami e o palácio da Banca Comercial Italiana. No centro da praça ergue-se a estátua de Leonardo da Vinci, uma homenagem da cidade que contemplou os seus primeiros trabalhos.
Quartiere di Brera (D)
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Igreja S. José, Milão, Itália. |
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Pinoteca de Brera, Milão, Itália. |
Este bairro deve o seu nome ao antigo colégio jesuíta, onde se establece, após a expulsão dos clérigos em 1772, a Academia de Belas Artes e a Pinoteca, com obras dos principais nomes do renascimento italiano, para que os alunos da academia pudessem conhecer e copiar os mestres. Atualmente a Pinoteca de Brera é um dos mais importantes museus italianos contando com obras de Giambattista Pittoni, Rafael, Tiziano, Caravaggio, El Greco, Van Dyck, etc.
Na atualidade as ruas deste bairro albergam em redor da Academia uma serie de galerias de arte, lojas de design ou vintage, bem como restaurantes que devem servir perfeitamente para ser o ponto de almoço desta excursão por Milão sem o orçamento não te permitir fazê-lo nos elegantes restaurantes da Galeria.
O aspeto boémio de Brera, em que se misturam os estudantes de artes e os turistas, mantém viva a memória, da primeira metade do sec. XX, das casas de prostituição que aqui se localizavam até 1958 quando passou a ser proibida a prostituição em Itália. O eixo principal desta atividade era a via Fiori Chari, pela qual se alcança o castelo de Milão, mas sem nunca deixar de parar numa das geladarias que atualmente se encontram nesta rua.
Castello Sforzesco (E)
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Castelo Sforzesco, Milão, Itália. |
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Torre Filarete no castelo de Milão, Itália |
Erguido no sec. XIV por Francesco Sforza, mercenário e posteriormente duque de Milão, vai sofrer ampliações ao longo dos séculos seguintes sob os auspícios dos Visconti. É um exemplo da evolução da arquitetura militar desde o gótico até aos alvores das fortificações abaluartadas. Conta com vários pátios de armas, torreões, reduto rodeado por fossos. Alberga na atualidade diversos museus, sendo os espaços comuns acessíveis gratuitamente.
Em pleno Renascimento, a parte palaciana do edifício era frequentada pela famílias nobres em banquetes e festas que levaram os proprietários a decorar ricamente o seu interior, com trabalhos de vários mestres entre os quais se contava Leonardo Da Vinci.
Por uma das portas do castelo avista-se, no outro extremo do parque Sempione, o Arco da Paz, obra patrocinada por Napoleão e pelo rei Vitor Manuel II.
Santa Maria delle Grazie (F)
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Última Ceia, igreja Santa Maria da Graça, Milão | Foto: leonardodavinci.net |
A primeira tarefa a efetuar numa planificação de visita a Milão é a aquisição de entrada para contemplar a obra que Leonardo Da Vinci deixou no refeitório deste convento. A reserva de datas para ver uma das gravuras mais conhecidas do mundo é realmente importante se queres cumprir esta etapa. A entrada custa 10,00€/2019 e tem que ser adquirida com muita antecedência no sitio oficial (ver
aqui).
A encomenda a Da Vinci foi feita pelo duque Ludovico Il Moro, que pretendia com esta oferta enriquecer o mosteiro dominicano que pretendia fosse o panteão familiar. Não se trata de um fresco pois Leonardo usou pintura a óleo de forma a poder corrigir e aperfeiçoar a obra. Ainda a mesma não estava terminada já a parede aparentava manchas de humidade e rachas. A obra é um marco na arte renascentista, tanto pelo aspeto de movimento que apresentam os apóstolos quer pela perspetiva usada pelo artista que aprofunda a dimensão da sala.
O seu estado de conservação é o possível atendendo a que se passaram mais de 500 anos da sua execução, das adversidades do clima, do uso da sala e até ao ter sobrevivido à destruição do refeitório durante a II Guerra Mundial, tendo sobrevivido intacta a parede onde se encontra a Última Ceia. Foi declarado Património Mundial da UNESCO em 1980.
San Maurizio al Monastero Maggiore (G)
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Igreja de S. Mauricio, Milão, Itália. |
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Igreja de S. Mauricio, Milão, Itália. |
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Pormenor dos frescos, igreja de S. Mauricio, Milão, Itália. |
Se como eu não conseguiste entradas para observar a obra de Da Vinci no mosteiro dominicano, esta outra etapa pode substituir essa visita. Esta igreja é conhecida como a Capela Sistina milanesa e não é para menos. Trata-se do antigo templo do convento feminino beneditino de Milão, erigido em 1503, cujo claustro está ocupado atualmente por um polo do Museu Arqueológico, tanto mais que debaixo do convento se situaria um teatro romano e o corso Magenta onde se situa corresponder ao decúmano.
Este convento albergou as ricas filhas da burguesia e nobreza milanesa ao longo do século XVI, pelo que não é de estranhar que a igreja esteja completamente decorada com frescos, quer na parte pública quer na parte interior do antigo convento dedicada às freiras de clausura.
Vários artistas participaram nestes trabalhos e a observação atenta das paredes e capelas permitirá descobrir pormenores que fazem deste conjunto uma joia quase desconhecida pelos turistas! (Entrada gratuita/2019).
Piazza Cordusio / Piazza dei Mercanti (H)
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Sede da seguradora Generali na praça Cordusio, Milão, Itália. |
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Palácio Giureconsulti, atual Câmara de Comércio, Milão, Itália. |
A praça Cordusio é o coração da cidade, tendo sido o seu desenho atual efetuado nos finais do sec. XIX, ao mesmo tempo que se demoliam as casas que possibilitavam a abertura da via Dante que a une com o Castelo Sforzesco que se pode observar à distancia. Aqui encontram-se várias sedes de instituições bancárias e o antigo palácio da Bolsa de Milão, todos do final do XIX inícios do século XX.
Descendo, em direção ao Duomo, encontramos outra praça que foi durante a Idade Média o centro de poder de Milão. A praça Mercanti mantém-se praticamente intacta e passa quase desapercebida tal o volume do Palazzo della Regione. Trata-se do antigo Tribunal da cidade, em tijolo e datado do século XIII, que se eleva sobre as colunas duma loggia, e que marcará a tipologia destes edifícios a posteriori, tal como o de Bérgamo. Outros edifícios conformam esta praça: Loggia degli Osii (sec. XIV), Palazzo delle Scuole Palatine (sec. XVII), Casa dei Panigarola (sec. XV) e Palazzo dei Giureconsulti (sec. XVI).
San Bernardino alle Ossa (I)
Qual Évora ou Kutna Hora (Polónia), também em Milão encontramos um ossário que desperta a atenção dos turistas. A igreja e ossário atual são uma reconstrução barroca (1750) que substistuí a primitiva, destruída pela queda do campanário da vizinha igreja de S. Stefano Maggiore. A origem deste ossário remonta ao século XIII quando se constrói o primeiro espaço para albergar os ossos dos defuntos do vizinho hospital de leprosos, que permanece anexo à atual igreja. (Entrada gratuita/2019)
Aperitivo em Navigli
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Doca de Naviglio, Milão, Itália. | Foto youparti.com |
Se o teu dia em Milão contempla uma noite ou se tens oportunidade há um bairro que deverá fazer parte do teu roteiro, o bairro de Navigli. A senha de identidade desta zona são os dois restantes canais que compunham uma rede que ligava Milão a outras cidades italianas e até à Suíça. Atualmente é um bairro boémio, ideal para tomar um aperitivo antes de jantar num dos muitos bares e restaurantes que se rodeiam a Doca, e onde se reúnem tanto locais como estrangeiros, num ambiente descontraído. Não deixes de fotografar o antigo tanque onde os lavadeiros exerciam a sua profissão, exclusiva de homens!
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Piazza del Duomo, Milão, Itália. |
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