Cuba by José Nuno Araújo


José Nuno Araújo é o alma mater do blogue Fiambre Fininho, um espaço onde nos relata as suas escapadinhas, viagens e experiências gastronomicas, na companhia da Ana Costa, outra aventureira originária do norte de Portugal. E porquê Fiambre Fininho?:”Quando vais comprar fiambre, como é que pedes? Fininho... Porquê? Porque o gajo quer fazer à maneira dele. O que a expressão quer dizer é isso mesmo, à minha maneira, como eu quero!”, assim se apresenta o Zé Nuno, que é também um dos dinamizadores do Travel Bloggers PT, um grupo que reúne a cerca de 150 bloggers de viagens lusos. 


Confesso, sou apaixonado por Cuba, pronto! 

Cuba foi a minha primeira grande viagem, e se se costuma dizer que não há amor como o primeiro, este é mais um caso para confirmar. As 10 horas de avião, que pareceram tão longas, não são nada comparadas com a viagem que fazemos ao pousar os pés em solo cubano. À saída do aeroporto José Marti, o cheiro a combustível misturado com o cheiro a terra húmida, o calor e o bafo que se sente da humidade no ar, são únicos. Esta é a primeira memória que me ficou gravada de Cuba e este cheiro, tão característico de Cuba, e que se sente um pouco por todo o lado, para mim é indissociável do país! 


Um dos pontos que me encanta sempre, é a sua capital. Havana é uma cidade imensa, com cerca de 2,5 milhões de habitantes, e não é fácil de conhecer. Perguntam-me muitas vezes no blog quanto tempo se deve passar em Havana, e a minha resposta invariavelmente é: “Até sentires que vais ter saudades de Havana”. 



Visitar uma cidade que tem tão presente e vivo um passado recente exige algum tempo para se conhecer minimamente. É um cliché, mas deambular pelas ruas de Havana e sentir o bulício diário, apreciar as vestes das pessoas, apanhar um bicitáxi para fazer uma viagem curta, ou um táxi pirata para viagens mais longas, passear no malecón, comer uma ropa vieja em casa de cubanos, beber uma cristal gelada numa cadeira à sombra, apreciar os ritmos de salsa debaixo de uma arcada, ser ‘enganado’ pelos ’jineteros’ (também faz parte…), conversar longamente com um cubano mais velho ou regatear o preço dos charutos nos vendedores que por lá pululam, são tão necessários para conhecer Havana como visitar o museo de la revolucion ou entrar no Capitólio. 







Há pontos incontornáveis e obrigatórios, como El Floridita ou la Bodeguita que exigem uma visita. Aqui os daiquiris e mojitos têm outro sabor! As bandas que aqui actuam, principalmente no El Floridita, são excelentes, e a música apaixona. É impossível ficar indiferente!! A Plaza Vieja é outro dos muitos locais que se podem apreciar os ritmos cubanos! Bandas de 5, 6 elementos, com instrumentos tão diversos como o violino ou o contrabaixo são usuais por Havana. O trompete, então, é imagem de marca! 





A arquitectura é outro dos pontos de referência em Havana. No início do séc. XX era das cidades mais importantes da América latina. Abrange desde o barroco (a catedral de Havana é o expoente máximo), colonial, até ao Art Deco e Art Nouveau. Bairros como Miramar ou Vedado são exemplos disso mesmo. 


Miramar será um dos bairros que melhor representa o modelo do subúrbio tipicamente americano. Com o derrubar do regime de Baptista e a tomada do poder por Castro em janeiro de 1959, e consequente abandono de americanos nos anos seguintes, muitas destas casas foram tomadas pelo governo, e aproveitadas para outros fins, como restaurantes. 

É pela 5ª avenida ( outra das marcas da presença dos americanos) , que se segue para Miramar, passando por várias dessas casas, agora também transformadas em embaixadas de vários países com representação em Cuba. É aqui também que está a Embaixada dos EUA, reaberta em Dezembro de 2014, por Obama, naquele que foi o reatar de relações diplomáticas entre os dois países. 



Um dos restaurantes de Miramar que representa essa arquitectura, é o La Fermínia, ponto de paragem obrigatória sempre que vou a Havana, seja pela casa e arquitectura, seja pelo atendimento cuidado e educado. Jantar ou almoçar numa das suas salas é incrível. A decoração e mobiliário colocam-nos num filme dos anos de luxo e ostentação de Havana. 




Mas há mais do que só Havana para conhecer. Cidades como Cienfuegos ou Trinidad, Património Mundial UNESCO são também de visita obrigatória. Enquanto Havana parece parada no tempo a meio do séc. XX, ver Trinidad e as suas casas é aterrar no séc. XVI. Esta é a diversidade que traz tanta beleza a Cuba também! 





O pintalgado de cores das casas é incrível. Aqui não circulam carros, as charretes são muito utilizadas como meio de transporte ainda. 



Por fim, as praias e o mar, que têm um azul turquesa inigualável. Estâncias como Varadero, Cayo Coco, Cayo Guillermo ou Cayo Largo del Sur (este realmente no mar das caraíbas), são bastante procuradas por turistas de todo o mundo. Vá-se lá saber porquê… 





Por isto, e mais, muito mais, me apaixonei por Cuba. Há muito ainda para ver e descobrir neste país que me encanta. O povo cubano tem, é de referir, um papel principal para que este seja um destino que se queira voltar. 

A sua simplicidade e alegria, a maneira como contornam as dificuldades da vida, deveriam ser um exemplo para toda a gente. Mais com menos é a fórmula que utilizam. A música, que os e nos acompanha sempre, é um dos pontos que ajuda. E o que seria a nossa vida sem música, já imaginaram? Monocórdica e monótona. Aqui em Cuba, é cheia de ritmo! Vamos?


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