7 igrejas (e 2 conventos) de Madrid a não perder!

Basílica S. Francisco o Grande, Madrid, Espanha.
A capital de Espanha tem inúmeros pontos de interesse para uma visita, mas certamente na lista de lugares a conhecer num primeiro encontro, poucas serão as igrejas que farão parte dessa listagem.  Provavelmente apenas contenha a Catedral de La Almudena, contudo se a estada é alargada, ou se se trata de uma repetição de visita a Madrid, esta coleção que te apresento será seguramente uma experiência reveladora. Ahh... e várias delas estão intimamente ligadas a Portugal!

La Paloma 

Igreja da Virgem de la Paloma e S. Pedro o Real, Madrid, Espanha.

A devoção popular e a originalidade do seu templo aliada à sua história fazem desta igreja uma autêntica curiosidade. A igreja data de 1912, quando se abre ao público substituindo a oitocentista capela original. É um templo em estilo neomudéjar, de cruz grega, tendo ao centro, escavado no chão, um batistério de imersão, como os usados pelos cristãos primitivos! Aqui não se adora uma talha representando a Virgem Maria mas sim a sua representação pintada em tela, descoberta no sec. XVIII entre escombros na rua da Paloma, onde passou a estar exposta desde então. Segundo alguns autores representa a Virgem da Soledade, padroeira de Badajoz, uma das mais belas talhas italianas do sec. XVI em Espanha. As festas deste bairro, em redor da Paloma, contam com feira pelas ruas centrais de Madrid em Agosto e uma procissão da tela da Virgem de La Paloma no cimo dum carro de bombeiros, da qual é padroeira! (consultar horários)

Sto. António de los alemanes

Cupúla da igreja de Sto. António dos alemães, Madrid, Espanha.
Ou melhor, Sto. António dos portugueses, foi com esta devoção que o rei Filipe III de Espanha, encarregou em 1624 ao jesuíta Pedro Sánchez erguesse esta igreja elíptica e o hospital anexo, para acolher os peregrinos portugueses que rumavam a Madrid para resolver assuntos com a coroa. É sem dúvida umas das mais surpreendentes igrejas da capital espanhola, tanto pela sua forma como pela sua decoração, elevando ao máximo o uso de frescos, executados pelos melhores artistas do reino. Ali se representa, na cúpula, um santo António recebendo o Menino Jesus oferecido pela Virgem Maria, um magnifico trompe-l'oei, bem como vários santos portugueses que revestem as paredes do templo. Com a independência de Portugal a igreja foi entregue à comunidade cristã alemã, daí o seu topónimo atual, época em que é apagado o escudo português, agora restaurado! (Entrada 2,00€/2018).

S. Francisco, o grande

Cupúla da basílica de S. Francisco o Grande, Madrid, Espanha.
O título de basílica foi-lhe atribuído por João XXIII em 1962, enquanto o de real remonta à época em que Filipe II escolhe Madrid para capital do seu reino. Em 1760 remodelou-se o antigo templo por um adequado ao gosto da época, cabendo o projeto ao franciscano Francisco Cabezas o qual é susbtituído na reta final por Sabatini, que lhe redesenha a fachada ondulando-a. O edifício é uma ampla rotunda central coberta com uma cúpula de 33m de diâmetro, rodeada por 6 capelas laterais com as suas respetivas cúpulas e o respetivo altar mor. Toda a basílica está decorada com ricos materiais, contando ainda com um altar pintado por Francisco Goya, contando o seu museu com obras de vários artistas, incluindo obras de Zurbarán. (Entrada 5,00€/2018).

Jerónimos

Igreja de S. Jerónimo o Real, Madrid, Espanha.

Foram os Reis Católicos (Isabel de Castela e Fernando de Aragão) que mandaram edificar este convento, no século XV, para lhes servir de alojamento nas visitas a Madrid, permitindo posteriormente que desde aqui nascera o palácio real do Retiro, do qual hoje resta apenas o salão de baile. Do convento jerónimo resta o seu claustro renascentista, transformado em sala de exposições do vizinho museu do Prado, e a igreja gótica, recentemente restaurada, e que é uma das mais antigas igrejas madrilenas e a única gótica que chegou aos nossos dias. (Entrada gratuita).

Las Salesas 

Igreja de Sta. Bárbara e convento das Salesianas, Madrid, Espanha.
Uma das protagonistas da Troca das Princesas no Caia (Elvas), a infanta de Portugal Bárbara de Bragança foi consorte do rei de Espanha, Fernando VI, sendo ela a fundadora do convento das Salesianas. O projeto foi entregue ao artista italiano Sabatini de forma a edificar um convento para a reclusão das viúvas nobres, e quiçá para acolher a rainha após enviuvar. Tal situação não se verificou, pois veio a falecer D. Bárbara em 1758, anterior a seu esposo que devido à sua perda enlouquece e acaba por falecer pouco depois. Foi também Sabatini que construiu o mausoléu no interior do templo, onde se enterraria este casal reinante de Espanha. Dizem os madrilenos que esta é a igreja mais elegante da cidade! (Entrada gratuita).

S. Miguel

Basílica Pontifícia de S. Miguel, Madrid, Espanha.
Em 1745 abrem-se as portas deste templo, que fora encomendada pelo Arcebispo de Toledo ao italiano Santiago Bonavia. A basílica pontifícia, atual sede da Nunciatura Apostólica (embaixada do Vaticano), é uma obra-prima do barroco italiano em Madrid, única pela sua arquitetura de formas concavas e convexas que transmitem dinâmica e movimento ao seu interior. Na fachada, também ondulante, pode-se admirar sobre o portal um baixo-relevo oval com o martírio de S. Justo e S. Pastor, antigo orago deste templo, que passou a denominar-se de S. Miguel por vontade expressa do rei José Bonaparte, irmão de Napoleão, que reinou em Espanha durante a ocupação francesa.

Sto. André

Igreja de Sto. Andrés, Madrid, Espanha.

Uma das mais antigas igrejas de Madrid conhecendo-se a sua existência desde o sec. XII, contudo hoje contemplamos a reconstrução posterior à Guerra Civil espanhola, durante a qual foi destruída a igreja seiscentista. Aqui encontra-se também a capela de Sto. Isidro, padroeiro de Madrid e dos lavradores. É um local de devoção dos madrilenos dado aqui estar sepultado o seu padroeiro, apesar de ser uma construção recente que se terminou em 1991.

As Descalças e as Agostinianas

Real convento da Encarnação, Madrid, Espanha.
O convento das freiras clarissas descalças, situado junto à rua Arenal, foi fundado pela mãe do rei D. Sebastião, D. Joana de Áustria, onde passaria a sua viuvez e onde repousa Trata-se de um edifício renascentista reformado no sec. XVIII, e onde destaca o retábulo do altar-mor em bronze e mármore. Sobre a porta da igreja as armas da fundadora, incluindo o escudo de seu marido o príncipe de Portugal D. João Manuel. O antigo convento é hoje um museu que merece a visita.

O convento das freiras agostinianas recoletas, situado junto ao palácio de Oriente, foi por D. Margarida de Áustria, mulher de D. Filipe II de Portugal. Trata-se de um edifício herreriano correspondendo a igreja a uma reforma do sec. XVIII. Toda a coleção de pinturas e esculturas que albergam dão bem conta da rica e gloriosa reclusão a que se votavam as viúvas da família real. (Entrada conjunta 10,00€/2018, sendo grátis nas quartas e quintas-feiras à tarde, 16H-18H30).

Sem comentários

Com tecnologia do Blogger.