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Praça Luis de Camões, Guarda. |
Ainda hoje se apresenta a Guarda como a cidade das 5 efes, recordando-nos que é forte, farta, fria, fiel e formosa. Mas subir até à mais alta cidade portuguesa é encontrar um pequeno e cuidado centro histórico, recheado de apontamentos artísticos de interesse.
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Porta e torre de Ferreiros, com reclamos antigos, Guarda. |
Ao chegar ao cimo da cidade e no seu ponto mais alto verás os restos do seu castelo e a sobrevivente Torre de Menagem recordando-nos que ela foi forte, na defesa da nacionalidade. Mas também no interior das muralhas que resistiram aos séculos, com destaque para as portas medievais da Torre dos Ferreiros, Porta d'El Rei e a Porta da Erva.
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Porta da Erva, Guarda. |
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Porta da Torre, Guarda |
Protegida pelas muralhas a cidade, fundada por D. Sancho I, desenvolveu-se ao longo do medievo, simultaneamente à fama e riqueza que a sua comunidade judaica, que chegou a ser uma das maiores em território luso. Interessante o roteiro de cruzes e mezuzás que nos permitem ir conhecendo o traçado da cidadela medieval em procura destes testemunhos judaicos. Judeus que enriqueceram com o comércio de uma região farta de bons alimentos do vales vizinhos e da sua proximidade com Espanha.
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Pormenor do retábulo da Sé da Guarda. |
Recordemos que na Guarda estamos a mais de 1.000 metros de altitude, razão suficiente para abrigar-se do ar frio da serra da Estrela vizinha, passeando entre ruelas estreitas, como a bela rua da Torre ou a antiga rua direita, hoje Francisco de Passos, onde se mantêm vivos alguns comércios tradicionais que animam os transeuntes a entrar.
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Descansando na escadaria da Sé, Guarda. |
Mas o monumento maior da urbe é a sua Sé. Transferida a sede episcopal desde Idanha-a-Velha, dando-lhe a dignidade que o rei fundador desejava outorgar-lhe, houve duas construções anteriores até que no sec. XIV se inicia a construção da atual Sé. A obra atravessou vários séculos tendo claramente chegado aos tempos do manuelino, como prova o seu portal principal. No interior merece destaque o original retábulo principal em pedra de ançã e no seu exterior os pináculos, arcobotantes ou o famoso cu da Guarda. Esta gárgula que representa uma pessoa de cócoras mostrando o seu traseiro em direção a Espanha, é uma prova mais do fiel que a Guarda foi ao longo dos séculos com Portugal!
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Misericórdia da Guarda. |
A praça fronteira à Sé, apelidada Luis de Camões apresenta alguns edifícios históricos interessantes como a antiga Casa da Câmara (sec. XVI) ou o Solar dos Póvoas, com o seu gigantesco brasão de esquina (sec. XVIII). Se a cidade é formosa pelo que até aqui visitámos não há que deixar de o fazer também à igreja da Misericórdia (sec. XVIII) ou ao Antigo Paço Episcopal (sec. XVII), hoje museu da cidade.
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Praça Luís de Camões e estátua de D. Sancho I, Guarda. |
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