Arronches, Alegrete e as pinturas rupestres

Matriz de Alegrete, Portugal.
Entre Portalegre e Campo Maior, fronteiro com Espanha, encontra-se o concelho de Arronches, que por si só tem uma série de pontos de interesse ou que pode completar um completar um fim de semana no norte do Alentejo num turismo rural ou uma escapada a Elvas.

Torre do Relógio, da Matriz e da Misericórdia de Arronches.
A vila de Arronches, com pouco mais de 3.000 habitantes, tem no seu centro urbano uma serie de elementos patrimoniais que servem de ponto de partida desta proposta. Do antigo castelo resta apenas alguma torre, dado os sucessivos ataques por parte dos exércitos castelhanos. Mantém-se contudo percetível a forma que o mesmo teria em algumas artérias do centro histórico. No alto, ao lado dos Paços do Concelho manuelino com a sua torre sineira, situa-se a igreja de N. Sra. da Assunção. Depois de uma primeira fábrica medieval, hoje o templo apresenta-se com feições manuelinas, com cruzes de Cristo e esferas armilares decorando o seu interior. Peça maior é o portal renascentista da autoria de Francisco de Loreto que os historiadores consideram exemplar e que depois se repetirá em outras igrejas alentejanas.

Portal renascentista da Matriz de Arronches.
Antes de sair de Arronches, e cruzar os restos da sua fortificação abaluartada, não deixes de admirar a fonte de Elvas, peça barroca, ou se gostas de brinquedos antigos visitar o museu (a)Brincar, opção para nostálgicos e curiosos de saber como se brincava antes das consolas.

Lapa dos Gaivões, Arronches.
Tomando a direcção de Esperança, aldeia típica alentejana de casas alvas, para ir ao encontro da Lapa dos Gaivões. Basta seguir as indicações, e depois de cruzar o lugar da Horta de Baixo, chega-se a este que é considerado um dos mais importantes conjuntos de pinturas rupestres de Portugal, estando classificado como monumento nacional. O acesso, cruzando o pequeno pinhal, faz-se num passadiço que possibilita aproximar-se ao refúgio onde há 5.000 anos se desenharam cenas de caça, onde se percebem figuras humanas, cães e veados; um humanoide, talvez o chefe da tribo, com o seu escudo e armas e ainda outra em que se repetem 4 vezes uma 7 linhas de mais difícil entendimento, mas que permitem entender que este, e outros locais não visitáveis nas proximidades, faziam desta zona do Parque Natural da Serra de S. Mamede, um local cerimonial no período do Neolítico.

Selfie em Alegrete.
De volta a Esperança, onde há que aproveitar para recuperar forças no café / taberna da aldeia, para seguir em direção a outra aldeia, Alegrete.

Esta vila, hoje pertencente ao concelho de Portalegre, foi um importante enclave frente às tentativas castelhanas de a ocupar durante toda a Idade Media. Disso é testemunho maior o seu castelo, meio em ruínas, mas devidamente musealizado, permitindo o acesso ao adarve e torres através de várias plataformas. Percebe-se desde o alto deste castelo o papel essencial que terá desempenhado na guarda da fronteira, e dos vários episódios bélicos que terão suportado os seus muros.

Castelo de Alegrete, Portalegre.

Recanto em Alegrete, Portalegre.

Subindo a caminho da Matriz de Alegrete, Portalegre.
Torre do Relógio, Alegrete, Portalegre.


As estreitas ruelas dentro das muralhas da alcáçova encerram a igreja S. João Batista (sec. XVII) e a Misericórdia (sec. XVII) e frente a elas a Torre do Relógio (sec. XVII) que se abre ao largo do coreto, local de encontro dos seus habitantes e atual rossio da vila que convida a percorrer mais ruas à descoberta de um sitio para petiscar ou simplesmente refrescar-se em alguma fonte.

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