Santarém, visitar a capital do gótico português

Estátua de Pedro Alvares Cabral frente à igreja da Graça, Santarém.
A capital do Ribatejo, recebe o bonito epiteto de capital do gótico português, justificado pelo conjunto de construções medievais que alberga. Somemos a este património a sua situação geográfica num planalto sobre o Vale do Tejo, proporcionando uma bela panorâmica dos campos que rodeiam a cidade.

Conquistada pelo primeiro rei português, D. Afonso Henriques, em 1147, foi ao longo da Idade Média uma importante localização sobre a fronteira natural do Tejo, época em que se erguem vários edifícios que passados estes séculos podemos visitar e admirar na tentativa de entender a vida quotidiana dos escalabitanos na época das sombras.

Chegando a Santarém.

Jardim das Portas do Sol

Rio Tejo visto desde as Portas do Sol, Santarém.
A muralha gótica que a protegia foi ao longo dos tempos sendo preterida perante a evolução da urbanização do planalto e restando poucos vestígios dessa muralha e do castelo. É na torre das Cabaças ou no jardim das Portas do Sol que se pode observar esse passado gótico militar de Santarém.

Fonte das Figueiras

Esta fonte, monumento nacional, é um testemunho da arquitetura civil gótica. Localizada já na descida para a Ribeira, tratando-se de um raro exemplo deste tipo de obras no século XIV em Portugal.

Igreja Santa Maria da Graça

Igreja de Sta. Maria da Graça, Santarém.

Igreja de Sta. Maria da Graça, Santarém.

Igreja de Sta. Maria da Graça, Santarém.
A rosácea da fachada é um apelativo convite a admirar a sua fachada antes de passar ao seu interior. Construída em 1380 é uma das mais belas igrejas góticas flamejantes do nosso território. Patrocinada pelos Condes de Ourém e doada aos frades agostinhos para que rezassem pelas suas almas enquanto custodiavam os seus corpos depositados na igreja do convento. Além de outros túmulos que ali se encontram, o mais famoso seja o de Pedro Alvares Cabral.

Igreja S. João do Alporão 

Igreja S. João do Alporão, Santarém
Entre feições românicas e góticas, esta igreja do sec. XII, terá sido erguida pelos Templários, que terão ajudado na sua conquista. A sua portada de arcos perfeitos contraponto à rosácea superior são exemplo do convívio destes dois estilos na construção desta igreja que alberga um museu encerrado aquando da nossa visita.

Igreja Santa Maria de Marvila

Interior da igreja Sta. Maria de Marvila, Santarém.
O Gótico aqui conhece o Manuelino, transformando-a. Anteriormente dedicada a N. Sra. das Maravilhas (daí o seu nome adulterado) foi erguida no sec. XIII como matriz local, cabendo a Francisco de Almeida, vice-rei da Índia, as obras de melhoramento que lhe conceberam o aspeto atual. Destaca a bela coleção de azulejos e o esbelto arco triunfal.

Convento de S. Francisco e Convento de Santa Clara

Igreja de S. Francisco, Santarém.
Estes dois antigos cenóbios franciscanos, vizinhos entre si, representam o gótico mendicante que é a expressão em pedra da mensagem de S. Francisco de Assis. Construídos ambos no século XIII constituíram-se como o centro de recolhimento para reis, chegando S. Francisco a acolher o corpo do rei D. Fernando, enquanto Santa Clara foi claramente patrocinado pela Rainha Santa Isabel.

Igreja do Santíssimo Milagre

Igreja do Milagre de Santarém.
Devoção local que recorda o milagre da hóstia consagrada que sendo roubada, em 1266, foi jorrando sangue delatando a localização da sua ladra. Essa hóstia segue sendo adorada ainda hoje neste antigo templo gótico muito transformado no século XVI. Do seu gótico sobrevivem alguns arcos ogivais ou os merlões chanfrados da torre.


Sé (igreja do Seminário)

Estátua de Sá da Bandeira e fachada da Sé de Santarém.
Não sendo uma peça gótica não se pode deixar de visitar em Santarém a antiga igreja do Colégio Jesuíta, que foi elevada a sede episcopal em 1975, Originalmente aqui estaria localizado o paço real escalabitano, gótico, que terá sido ocupado pela Companhia de Jesus, que aqui ergueram esta imponente igreja setecentista redecorada ao barroco. 


Mercado

Mercado de Santarém.
Outro dos clássicos nas visitas a Santarém é o seu mercado, sobretudo pela coleção de azulejos que apresenta nas suas fachadas, que retratam o campo ribatejano o quotidiano dos lavradores e trabalhadores rurais. O edifício foi erguido em 1928 e ainda hoje pelas manhãs é um local para observar a vida quotidiana duma cidade rural em Portugal. Merece a visita.

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