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Playa de Mogán, Grã Canária |
Qualquer altura é boa viajar às Ilhas Canárias, mas se é no outono/inverno, e se em pouco mais de duas horas de voo desembarcas num clima subtropical, então melhor ainda.
Uma vez mais toca rumar até aos trópicos europeus, que bem poderiam ser lusitanas, pois a sua redescoberta foi realizada por portugueses, espanhóis e genoveses, tendo sido resolvida a sua posse, com a benção papal, a favor da corte espanhola ao qual foram atribuídas estas ilhas da Macaronésia.
Grã Canaria é uma das principais ilhas do arquipélago, uma ilha redondinha que vai desde as Dunas de Maspalomas ao cume do Pico de las Nieves (1949 m.) e que tem belas praias e povoações coloniais que mantêm as algumas das suas tradições indígenas. A pouco mais de 120 km da costa africana é um destino de inverno muito procurado pelos europeus, sobretudo alemães, holandeses, ingleses e irlandeses.
A Las Palmas de Gran Canaria dedico
outro apontamento em exclusivo, assim que neste vamos aproveitar para conhecer outros pontos de interesse na ilha.
Maspalomas e Playa del Inglés
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Dunas de Maspalomas, Grã Canária. |
É o centro turístico no sul da ilha, onde se localizam a maioria dos hotéis e resorts. As Dunas de Maspalomas, reserva natural, são uma exceção na morfologia e geologia da ilha, que em conjunto com o Oasis de Maspalomas, constituem um referente na preservação de algumas espécies animais africanas fora do continente. Na essência é um espaço de mais de 404 hectares (ou como se diz hoje 404 campos de futebol) de dunas, que te fazem pensar que estas em pleno deserto. O passeio de ligando o Hotel Riu Palace ao Farol, atravessando as dunas, as praias e a lagoa é um passeio obrigatório na ilha. Que sabe ainda melhor se a cada passo deres um mergulho no mar!
Fataga
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Desfiladeiro e Necrópole de Arteara, Fataga, Grã Canária. |
Subindo pela GC-60 desde Maspalomas, em direção aos cumes da ilha, atravessa-se um desfiladeiro, que os aborígenes da ilha escolheram para sua necrópole aproveitando alguns efeitos arqueo-astronomicos relacionados com os equinócios. Continuando a subida entra-se no Vale das Mil Palmeiras, Ver as ladeiras do desfiladeiro cobertas por milhares de palmeiras da espécie local, que foi daqui levada como planta ornamental para jardins em todos os continentes (phoenix canariensis), é um espetáculo de tonalidades verdes. A pequena aldeia de Fataga, ainda conservando alguns edifícios tradicionais é hoje um ponto turístico a pouco mais de 30 minutos das praias. Existe ainda a possibilidade de realizar safaris de dromedários / camelos nesta zona.
Tejeda
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Vista sobre o Roque Betayaga, tendo ao fundo entre a névoa o vulcão Teide, Grã Canária. |
Continuando a subida e já entre paisagens de pinheiros das canárias, castanhos, amendoeiras e alguns eucaliptos, rapidamente te esqueces que começas-te a subida numa das mais belas praias da ilha e agora estas envolto por paisagens de montanha, quase pirenaica. Pode ser a base para os teus desportos de aventura, pois existem trilhos para trekking, btt, escalada ou outros. A Cruz de Tejeda, cruzeiro do sec. XVII, além de demarcar o centro da ilha, era um indicador de rotas para os antigos habitantes e em seu redor um dos pontos de admirar as belas vistas da ilha. Ainda neste entorno podem-se observar as várias rochas com destaque para o Roque Nublo (1803 m. de altitude), símbolo da ilha, e que em conjunto com o Roque Fraile (frade), Roque de la Rana (rã) e o Roque Betayga, formam a chamada "Tempestade Petrificada". Com sorte desde o cimo pode-se observar o vulcão do Teide, na vizinha ilha de Tenerife.
Teror
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Basílica Virgen del Pino y Calle Real, Teror, Grã Canária. |
É talvez a mais representativa povoação de Grã Canária. A lenda da aparição mariana no cimo dum pinheiro no sec. XV, sendo declarada padroeira da ilha, aliada a ser ponto de comércio e centro agrícola por excelência, fizeram com esta vila floresce-se. A Rua Real de la Plaza, com as suas casas coloniais adornados por amplas varandas de madeira são uma das imagens de marca da localidade. A rua desemboca em frente ao largo onde aconteceu a aparição da Virgem Maria em 1481 a uns pastores, originando-se a devoção à Virgem do Pino (pinheiro). A Basílica apenas foi terminada no sec. XVIII, mas nela existe uma torre, chamada de amarela, que reproduz as torres góticas da antiga catedral de Santa Ana de Las Palmas de Gran Canária, com inspiração manuelina! Se puderes dizem-me que o melhor dia para visitá-la é o domingo quando se realiza uma enorme feira matinal.
Arucas
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Igreja S. João Batista, Arucas, Grã Canária. |
Conhecida como a cidade do rum, pois é neste município que está sedeada a maior destilaria da ilha, que poderás visitar e conhecer as instalações e o processo de fabrico do rum "Arehucas". A sua economia tem por base a agricultura, com a cana de açúcar e a banana como principais produtos. A povoação foi destruída por uma enxurrada e reconstruída no final do sec. XV. O sec. XIX vai trazer novo dinamismo económico, visível nas casas senhoriais das ruas centrais da urbe, pela introdução de engenhos de açúcar e a introdução, meteórica, da cochonilha carmim, um parasita dos cactos mexicanos e usada para colorear. É já nos inicios do sec. XX que se vai erguer o monumento que marca a cidade, a igreja neogótica de S. João Batista, obra de Manuel Vega i March, e onde destaco a imagem de cristo jacente, bastante expressiva, de um artista local, localizada no deambulatório da chamada catedral de Arucas. O passeio deve-se completar com a passagem pelo jardim, Plaza da Constituición, calle León y Castillo e calle Gourie.
Puerto de Mogán
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Puerto de Mogán, a pequena veneza canária, Grã Canária. |
Esta pequena aldeia pesqueira, com canais de água salgada, ainda conserva o ambiente típico dos seus antigos pescadores, sendo que aos poucos os grandes hotéis e resorts vão enchendo os espaços disponíveis ao seu redor. O porto de abrigo de pescadores deu passo a uma nova marina e urbanização que transformaram esta aldeia num local ideal para passeios e atividades náuticas.
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