E Cacilhas ali ao lado

Igreja N. Sra. Bom Sucesso, Cacilhas, Almada.

Em Lisboa sempre há muito por descobrir mas nunca me passou pela cabeça ir até Cacilhas.

Pois bem chegou o dia de ir até lá. É um pretexto para experimentar o comboio da ponte. É um abrir e fechar de olhos o que se demora desde o centro de Lisboa, quer de 7 Rios ou de Campolide, até Pragal.  São 10-15 minutos de uma viagem tranquila em carruagens a dupla altura. É inimaginável atravessar a ponte e metade da cidade de Lisboa num instante em comparação com o trajeto feito em automóvel.

A estação do Pragal é intermodal pelo que é muito fácil apanhar o metro do sul do Tejo e descer até Cacilhas. Sempre há a possibilidade de aproveitar para subir até ao Cristo Rei, mas confesso que não me despertou a curiosidade.

Em Cacilhas aproveitei para visitar o navio museu D. Fernando e Glória, este que foi o último navio de guerra à vela português construído em Damão, em 1843, e recuperado para a Expo'98, onde esteve em exposição até que em 2008 rumou a Cacilhas onde está aberto a visitas (4,00€).

Curiosamente estava também ali ao lado o submarino Barracuda, este navio da Marinha Portuguesa, aguarda verbas para juntar-se ao navio D. Fernando e formarem um pólo museológico da marinha. Este submarino serviu os interesses nacionais durante 42 anos, e espera agora melhores dias para honrar o seu passado.

Do outro lado da praça, e na entrada da Rua Candido dos Reis, está o Chafariz de Cacilhas, ou melhor dito a sua réplica, inaugurada em 2012. O original datado de 1874, servia as populações locais, com água que lhe era canalizada desde a mina do Ginjal, e que foi destruído nos anos 40 ou 50 do século passado. Curioso a distribuição das bicas, uma para moradores, outra para os aguadeiros e outra para os animais.

Subindo a rua encontramos a Igreja de N. Sra. do Bom Sucesso, é um templo de inspiração pombalina que substituiu o anterior destruído pelo terramoto. Conta a lenda que os habitantes ao verem aproximar-se a grande onda do terramoto foram buscar as imagens e que estas intercederam e acalmaram-na.

Foi também nesta rua que decidi almoçar. Optei por umas sardinhas assadas. E para sobremesa um gelado italiano sabor a basílico e cheesecake, estranha combinação mas delicioso paladar.

De regresso a Lisboa, foi a vez de apanhar o cacilheiro e chegar ao Cais de Sodré. É uma forma bastante económica de ver Lisboa desde o Tejo. As vistas sobre a capital à medida que o barco se aproxima do Cais do Sodré, deixam-me uma perspetiva única da Praça do Comércio e a Ribeira das Naus, enquanto no telemóvel oiço o fado de Fernando Farinha dedicado ao "Zé Cacilheiro".

Foi uma excursão até à outra margem, foi um cruzeiro no Tejo e uma viagem de comboio pela Ponte 25 de Abril. Uma experiência low cost que se recomenda para um dia além Tejo.

D. Fernando e Glória e o Barracuda, Cacilhas, Almada.

Gelado em Cacilhas, Almada.


Cacilheiro pronto para zarpar, Cacilhas, Almada.


Lisboa vista de Cacilhas, Almada.

1 comentário:

  1. Que lugar lindo, adorei! Parabéns pelas belas imagens!

    Bjos e uma boa semana,
    http://www.dmulheres.com.br

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