A Margem direita do Sena

Arco do Triunfo de Etoile, Paris, França.
Para o final da tarde está prometido ver Paris desde o Sena.

Escolhi começar o passeio junto à chama eterna e ao monumento ao soldado desconhecido no Arco do Triunfo, erigido para celebrar a vitória napoleonica na batalha de Austerlitz. Este arco, de inspiração romana, tem nele inscritos os nome dos grandes homens (sobretudo) da revolução e do imperio francês e as batalhas ganhas por Napoleão. Desde este ponto é obrigatório descer a avenida dos Campos Elísios, ainda que seja debaixo de chuva.  Abrigado numa paragem de autocarro relembro os finais dos tours ciclistas, vistos pela televisão, e imagino a alegria do desfile da vitória após a libertação de Paris pelos americanos.

Abandono os Champs Élysées e aproximo-me do Grand e Petit Palais, construídos para a Exposição Mundial de 1900, são dois edifícios enfrentados que hoje servem de espaços expositivos. Junto ao Petit Palais uma homenagem a Winston Churchill que governava o Reino Unido durante a 2ª Guerra Mundial. Integrado neste complexo da expo de 1900, está também a ponte Alexandre III, construída para celebrar a aliança de 1891 entre a França e a Rússia, conectando este margem com a esplanada dos Inválidos.

Praça de Concorde, Paris, França.
A próxima paragem é a Praça da Concórdia, com as duas fontes representado uma os rios e outra os mares, e ao centro, imponente, um obelisco egípcio, "roubado" pelo império, à ainda mais imperial Luxor. É um ponto muito interessante, às costas o Sena, à direita os Campos Elísios, à esquerda os jardins das Tuileries e o Palácio do Louvre, e em frenta a rua Royale. À entrada da rua dois do sec. XVIII, o Hôtel de la Marine, hoje um hotel de 5 estrelas e sede do Automóvel Clube e do outro lado o edifício do Hôtel de Coislin. Ao fundo da rua espera-me a igreja da Madeleine, em aparência externa é um templo clássico grego, mas o seu interior é completamente barroco.

Subo agora a boulevard dos Capucines ao encontro da mítica sala de concertos Olympia, embalado pela voz de Amália no telemóvel. Arrepiante. Segue-se a Ópera de Garnier, este é o ponto para invocar o grande reformador da Paris atual, o  barão Haussmann, que transforma Paris no que é hoje em 1852/1870. A ele deve-se a fisionomia monumental desta urbe, grandes boulevards, praças, estações de comboios e a homogeniedade dos edifícios que apagaram a Paris medieval.

Aproveito a proximidade e vou até às Galerias Lafayette, para me abrigar da chuva e apreciar as vistas de paris desde o o alto deste centro comercial.

Utilizando o metro desço agora ao encontro do Museu do Louvre. Este gigante da cultura está instalado no Palácio idealizado por Catarina de Medicis e no qual durante a reforma de Mitterrand no final do sex. XX foi introduzida a Piramide invertida do arquiteto chinês Pei, que serve de entrada ao complexo. Nele consumi grande parte da tarde. Antes de abandonar esta zona um passeio um passeio pela Ponte das Artes, à época ainda carregada de cadeados. Afortunadamente estes já foram retirados, pois punham em perigo a estabilidade da estrutura.

Para findar o passeio pela margem direita, faltavam dois pontos sentar-me na Fonte Stravinsky e a Praça Vosges. Na primeira aproveitei para beber uma mini garrafa de champanhe comprada no supermercado, enquanto me embebia pela arquitetura do centro Pompidou à minha frente. O contraste da história grega da Venús do Milo, degustada no Louvre em contraponto à arquitetura industrial tecnológica deste centro cultural.

Para descansar um pouco dos quilometros feitos no interior do Louvre, nada melhor que ver Paris desde o Sena, sentadinho no barco, olhando à esquerda e direita e tendo uma panorâmica diferente de alguns dos pontos já visitados.

Já descansado, rumo agora ao Marais ao encontro da Praça de Vosges, a mais antiga praça parisiense, e um remanso de tranquilidade dentro da cidade. os edifícios atuais datam do sec. XVII, e neles viveram por exemplo Vitor Hugo, autor de "Os miseráveis" ou o Cardeal Richelieu, primeiro ministro de Luis XIII e impulsor do absolutismo francês.

O fim de tarde estava reservado para a Bastilha, local histórico da revolução francesa, o seu nome deve-se ao baluarte da antiga muralha da cidade, transformada em prisão por Richelieu e tomada pelos cidadão a 14 de julho de 1789, dando inicio à revolução. Após a destruição da prisão ali se instala brevemente a guilhotina revolucionária.
Afortunadamente nesse dia havia um concerto de Mika na praça, assim que nada melhor que sentar-se à na escadaria da Ópera da Bastillha e comtemplar a Coluna de Julio enquanto espero para dançar ao som de "Grace Kelly".

Para completar o passeio pela margem direita falta apenas ir de metro até ao Trocadéro e desde a esplanada do Palácio Chaillot contemplar o espetáculo da Torre Eiffel iluminada. Acontece durante os primeiros cinco minutos da hora certa desde o pôr do sol até à 1H00, e merece a pena o esforço final para ver a dama de ferro vestida com a luz dourada e com salpicos dos flashes de 20.000 lâmpadas, coroada pelos grandes focos giratórios que são visíveis a 80 kms!

Rua Royale, Paris, França.
Ópera de Garnier, Paris, França.

Praça da Bastilha, Paris, França.
Detalhe de Arco do Triunfo de Etoile, Paris, França.

Institut Français, visto desde o Rio Sena, Paris, França.
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