Casa dos Patudos de Alpiarça



Se houvesse uma indústria audiovisual em Portugal a vida de José Relvas seria certamente um êxito de bilheteiras!

Filho de um abastado lavrador, ao qual sucedeu, tornou-se figura maior nacional por ter sido ele quem, a 5 de outubro de 1910, na varanda dos Paços do Concelho de Lisboa, hasteou e proclamou que daí em diante Portugal não seria mais uma monarquia mas sim uma das primeiras repúblicas do século XX. Viva a República!

Ainda antes de protagonizar este episódio da sua vida e da história de Portugal, a sua dedicação assentava na administração das explorações agrícolas familiares no Ribatejo, e que o tornavam num grande proprietário e uma das grandes famílias da região, ao qual regressou depois de ter sido ministro, chefe do governo e embaixador em Espanha. 

Como homem erudito e conhecedor das artes encarregou a Raul Lino a construção da casa familiar em 1905. Lino havia estudado fora do país tendo trabalhado com os principais mestres dos revivalismos europeus em voga na Europa de inícios do século XX. A encomenda de Relvas vai-lhe permitir concretizar em Portugal a sua primeira grande encomenda, dando corpo à Casa dos Patudos, dando inicio ao que ele vai denominar de "Casa Portuguesa".

Aliando à magnifica arquitetura a decoração dos espaços interiores e mobiliário que o próprio Raul Lino vai desenhar para esta casa, e que atualmente na visita à casa se aliam numa expressão perfeita com as obras de arte que José Relvas colecionou ao longo da sua vida e que são o recheio perfeito e o espelho da sua intelectualidade que deixou em testamento ao município de Alpiarça quando morre em 1929 entre as paredes dos Patudos.












A sua maior mágoa terá sido o suicídio do seu único filho sobrevivente Carlos, que qual tragédia do filme da sua vida, o vai marcar de forma permanente até ao seu último suspiro e além deste, deixando testamentalmente a forma como a memória futura de Carlos devia ser perpetuada.

A visita à casa permite conhecer os espaços público e privados da residência, com destaque para a pintura de Silva Porto, Columbano, entre outros grandes pintores portugueses e internacionais, para a azulejaria, escultura, porcelana, tapetes de Arraiolos e mobiliário que recheiam esta palácio.


Entrada | 2,50€ (2020). 
Horário | De 3ª adomingo, das 10H00 às 12H30 e das 14H00 às 18H30 (até às 17H30 no inverno).  


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