Faro em 1 dia, dicas para uma visita

Largo da Sé, Faro.

Faro é a capital politica do Algarve, cidade costeira no centro da região e fronteira à ria Formosa, que tem para nós oferecer várias caras de uma cidade cosmopolita. O seu centro histórico, pequeno e acolhedor rodeado pela muralha, a sua zona comercial, a marina e a frente marítima tranquila defendida do mar pelas ilhas que formam a ria.

Da sua possível fundação ficou a memória do seu topónimo que perdurá em tempo de romanos e muçulmanos, até que já em tempos da reconquista passa a denominar-se Sta. Maria de Harron, que acabará por evoluir para Faro. Importante porto comercial e pesqueiro da época medieval e moderna, reconhecida por D. João III que a torna cidade e transferido para aqui a sede episcopal que se encontrava em Silves. Acabou por ser um dos pontos mais devastados pelo maremoto de 1755, destruindo muito do seu património.

Arco da Vila, Faro.

Porta muçulmana, Arco da Vila, Faro.

Rua do Município, Faro.
O nosso percurso por Faro começa junto à marina e ao jardim Manuel Bivar, zona de passeio local e porta de entrada para a baixa (zona comercial) de Faro, estruturada em redor da rua Ivens.

A entrada na zona histórica faz-se pelo Arco da Vila, exemplar da arquitetura neoclássica no Algarve, edificada sobre uma porta da muralha medieval mas que esconde no seu interior aquilo que seria uma das portas edificadas na época muçulmana (sec. IX), como testemunha o arco em ferradura ali existente. Sobre a porta situa-se a ermida de N. Sra. do Ó (sec. XIV).

Subindo a rua do Município, com a sua característica brancura e alguns edifícios nobres, alcança-se o o largo da Sé, onde logo à saída da rua encontram-se os Paços do Concelho (sec. XIX/XX) e em frente a catedral.

Segundo alguns historiadores, ao entrar no largo da Sé encontram-nos naquilo que foi um fórum romano no centro do qual existiu um templo, depois mesquita, e que se transformaria em igreja com a conquista de D. Afonso III. Em 1577 passa a acolher a sede episcopal, mas a igreja gótica desaparecia com o ataque inglês de 1596, sendo recuperada e adaptada ao gosto maneirista em uso à época, e posterior enriquecimento com retábulos barrocos. Exteriormente a fachada com a torre lembram a sua primeira fábrica gótica.

Paço Episcopal, Faro.

Catedral de Faro.

Rua do Trem, Faro.
Lateral à catedral farense situa-se o Paço Episcopal, edificado após o maremoto de 1755, e que tem a particularidade dos seus telhados a 4 águas; enquanto em frente da entrada da catedral situa-se o edifício do Seminário, também ele do século XVIII, que com a sua métrica encerra o conjunto arquitetónico da praça.

Antes de sair pela rua do Trem, pode-se aproveitar e espreitar a muralha abaluartada (sec. XVII)  e a muralha do castelo (sec. IX) junto à zona ribeirinha saindo pela poterna da muralha na rua do castelo. Regressando à rua do Trem seguimos até à rua do castelo e aproveitamos o local do antigo castelo e tomar um refresco no bar instalado ali e aproveitar a vista desde o cimo das muralhas. Do outro lado da rua, também ocupando parte do antigo castelo muçulmano, surgem as instalações fabris do século XIX/XX da chamada fábrica da cerveja.




Brindo por ti!
Recompostos, o próximo destino será a praça Afonso III, onde preside a praça a estátua do rei conquistador do Algarve e onde se encontra o antigo convento N. Sra. da Assunção (sec. XVI), edifício renascentista onde se localiza o museu municipal (entrada 2,00€/2020), e onde se destaca o claustro.

Chegamos ao arco do Repouso pela rua homónima, trata-se de uma porta de origem muçulmana reforçada por D. Afonso III, mas que conserva as suas torres albarrãs, entaipadas e que alojam a ermida de N. Sra. do Repouso (sec. XVIII). O próximo ponto de interesse situa-se na praça D. Marcelino Franco, percorrendo as ruas de Faro onde ainda se conservam edificações tradicionais, sendo que nesta praça chama a nossa atenção os edifícios do palácio Belmarço, nome do abastado comerciante que o mandou edificar nos princípios do século XX em estilo revivalista, o edifício do consulado do Brasil em estilo nacionalista da década de 40 do século passado e as casas com telhado de tesoura com datação provável do sec. XVI.

Praça Afonso III, Faro.

Arco do Repouso, Faro
Casas quinhentistas com telhados de tesoura, largo D. Marcelino Franco, Franco.
Para quem tiver interesse recomenda-se ainda a ida até à igreja do Carmo, barroca, e que esconde uma pequena capela dos ossos.

De regresso à zona da marina, convêm ainda olhar para as fachadas da Misericórdia (sec. XVI) e o Banco de Portugal (1926) e a Alfândega edifício do século XIX, que alberga os serviços alfandegários criados pelo rei D. Manuel I e que ainda hoje mantêm a sua função, onde destaca a sua dupla escadaria exterior.

Se for final da tarde aproveitar alguma esplanada para contemplar os últimos raios de sol junto à marina, e com um pouco de sorte assistir a algum artista de rua.


Rua do Albergue, Faro.

Misericórdia de Faro.

Banco de Portugal, Faro.

Marina de Faro.

TAMBÉM TE PODE INTERESSAR


Adicionar legenda

Sem comentários

Com tecnologia do Blogger.