S. Pedro de Alcântara, o miradouro romântico de Lisboa

Miradouro de S. Pedro de Alcântara, Lisboa.

Revisitar Lisboa e partir à procura dos seus encantos é sempre uma experiência que enriquece, sejam aqueles espaços já mil e uma vezes percorridos sejam novos locais perdidos entre as suas ruas. E um dos pontos mais turísticos da cidade de Lisboa é o miradouro de S. Pedro de Alcântara, situado numa das colinas de Lisboa, local para uma das fotografias mais repetidas da capital e ao qual voltar para sentar-se e tomar um refresco ou passear pelo jardim.

Situado nas traseiras da igreja de S. Roque, aos pés do Bairro Alto e a um passo do Príncipe Real, este jardim miradouro nasce como substituto do antigo passeio do Rossio, para desfrute da burguesia lisboeta aliando as boas vistas e o fresco das árvores. Para tal o espaço é feito em dois patamares, criando-se canteiros, estatuárias, fontes e um quioque. Não é de estranhar que numa das visitas ali se encontre um mercado de natal, um mercado de produtos tradicionais ou outro qualquer evento temático e esporádico.

Mil fotos ao segundo nos dias de maior afluência se disparam sobre as vistas do castelo, do tejo e da baixa, reservando uma ao ardina, imortalizado aos pés do busto de Eduardo Coelho, fundador do Diário de Notícias. Juntemos a esta lista de riquezas do jardim miradouro a fonte proveniente do Paço da Rainha, a serie de bustos dos grandes de Portugal e de figuras mitológicas, a gruta romântica em cascada ou a grade que fecha e dá segurança aos viajantes e que foi trazida do palácio da Inquisição.

Vista desde a igreja de S. Pedro de Alcântara sobre o miradouro, Lisboa. 

Antes ainda de admirar o pôr-do-sol, observando as colinas que se estende ao longo da avenida da Liberdade, convém admirar os edifícios que rodeiam este espaço, seja o palácio tardobarroco de Ludovice, a sul, ou do lado oposto o convento de S. Pedro de Alcântara que dá nome ao jardim. Este santo, natural de Alcântara (Espanha) foi conselheiro espiritual de Sta. Teresa de Jesus, tendo inclusive recusado ser confessor do imperador Carlos V, refugiando-se no convento de El Palancar, fundado por ele e considerado o mais pequeno do mundo. Não deixa de ser curioso que este convento franciscano, invoque um santo espanhol e que a sua construção seja patrocinada por um conjurado da Restauração como ex-voto pela vitória lusa na batalha de Montes Claros!

O espaço da igreja pode ser visitável (entrada 2,50€/2020) e corresponde aos trabalhos pós-terramoto que destruiu o original, e onde destaca a escadaria de mármore, a galilé e a capela funerária de D. Veríssimo de Lencastre, cardeal e inquisidor-mor no reinado de D. João IV.

As tentações de S. Pedro de Alcântara em azulejos oitocentistas, na igreja do convento lisboeta. 

A coroação da Virgem de Cirilo Volkmar Machado.


Detalhe da igreja de S. Pedro de Alcântara, Lisboa.


Vista da igreja de S. Pedro de Alcântara, Lisboa.


Capela dos Lencastre, igreja de S. Pedro de Alcântara, Lisboa.

Se depois do pôr-do-sol o teu destino é a avenida da Liberdade, o ideal será descer a calçada da Glória no seu elevador enquanto ouves a música homónima que os Rádio Macau eternizaram nos anos 80 do século passado: 
"Duma existência banal 
Até ás luzes da ribalta 
Há dois carris de metal 
Desde a baixa à vida alta"



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