Budapeste, dicas para um roteiro essencial na Pérola do Danúbio (com mapa)

Vista de Peste desde o Castelo Real, Budapeste, Hungria.

É precisamente o rio Danúbio que define o carácter desta cidade de Budapeste, nascida da união das duas povoações dos lados opostos ao Danúbio, Buda e Óbuda na margem oeste e Pest, na margem este. A construção da ponte das Correntes (1849), primeira união física entre as duas margens nesta zona do rio vai ser um dos detonantes da criação da nova urbe de Budapeste, em 1873, e cuja área metropolitana atualmente ronda os 2,3 milhões de habitantes.

A experiência diz-nos que o mínimo necessário para visitar e desfrutar de Budapeste devem ser 3 dias e o ideal 4, mas como sempre cada pessoa sabe os seus ritmos, e é bem possível fazer o essencial em dois dias. Assim, deixamos uma listas dos locais essências para visitar na Pérola do Danúbio e algumas curiosidades que permitem o desenho dum roteiro personalizado.




Ponte das Correntes

Ponte das Correntes, Budapeste, Hungria.
Este é o ex-libris da cidade e pelo menos uma a duas vezes o terás que atravessar na tua estada em Budapest. Esta é a segunda ponte inaugurada em 1949, reconstruída após a 2ª Guerra Mundial e o seu bombardemento pelos nazis. A original datava de 1849, precisamente 100 anos antes da atual construção, e foi à época a segunda ponte a atravessar o rio Danubio. Foi o conde Széchenyi quem sentiu a necessidade de ligar as duas margens, deixando de depender dos barcos e das correntes fluviais.

Parlamento, Budapeste, Hungria.

Escadaria principal do Parlamento Hungaro, Budapeste, Hungria.

Parlamento

Admirando o Parlamento, Budapeste, Hungria.

Um belo edifício, inspirado no palácio de Westminster, e que é considerado o segundo maior parlamento do mundo (o primeiro é o da Roménia). Foi o arqº Irme Steindl que ganhou o concurso para erguer o que seria o grande símbolo da Hungria. A visita ao interior do Parlamento requer reserva pelo sitio oficial (entrada 3200HUF /9,90€ / 2019) e permite conhecer as principais salas deste edifício neogótico, sendo o coração a sala da coroa de Sto. Estevão, entre as duas câmaras.




Sapatos no Danubio

Sempre lugar de devoção em memória do Holocausto, Sapato no Rio, Budapeste, Hungria.

É um discreto mas fortemente emotivo monumento memorial pelos judeus assassinados pelos Nazis na Hungria. Saidos da imaginação do escultor Gyula Pauyer, forma aqui colocados em 2005 para perpetuar a memória do Holocausto, representado nestes 60 sapatos metálicos os que cairam ao rio Danubio descalços e despidos depois de fusilados.

Castelo de Buda / Palácio Real

Palácio Real, Budapeste, Hungria.

Edificado originalmente como fortificação defensiva na elevação junto às margens do Danubio, no século XII, e sucessivamente transformado até definitivamente obter a imagem atual durante o século XVIII. Alberga atualmente diversos museus e desde os seus terraços podem obter-se as melhores panorâmicas de Pest. E claro do lado oposto as melhores fotos do Palácio Real em conjunto com a ponte das Correntes!


Igreja de Matias

Estátua e igreja de Matias, Budapeste, Hungria.

Ainda que dedicada a N. Srª de Buda esta igreja é conhecida pelo nome do Rei Matias, que aqui se coroou rei da Hungria em 1548. Edificada no século XIII, foi posteriormente usada como mesquita durante o período de ocupação otomana (sec. XVI), assumindo as feições atuais (neo-gótica) no século XIX. Na praça fronteira ergue-se a coluna da peste, prática habitual no centro da Europa no pós peste de 1691, no caso dedicada à Santíssima Trindade e aqui colocada em 1714, em homenagem às vitimas da epidemia. (Entrada 1800HUF/5,50€/2019).


Ruínas da Madalena

Ruínas da igreja da Madalena, Budapeste, Hungria.

Curiosas ruínas da igreja dedicada a Santa Madalena (sec. XIII) e completamente destruída durante a 2ª Guerra Mundial, tendo anteriormente resistido a diversas ocupações. Atualmente pode subir-se à sua torre para ter uma vista geral da zona intramuros de Buda. (Entrada 1500HUF/4,65€/2019).

Bastião dos Pescadores

Bastião dos Pescadores, Budapeste, Hungria.

Escadaria do bastião, Budapeste, Hungria.
Situado junto à igreja de Matias, este miradouro foi construído entre 1895 e 1912, representando cada uma das suas 7 torres as respetivas tribos fundadoras da Hungria, e tomando o nome pois aqui estava situado um mercado de peixe. O nível baixo está maioritariamente ocupado por cafetarias e restaurantes, sendo os espaços livre de acesso gratuíto, contudo o 1º nível tem um custo de 1000HUF/3,10€/2019. Junto ao bastião encontra-se a estátua do 1º rei hungaro, Sto. Estevão.

Basilica de S. Estevão

Basílica de S. Estevão, Budapeste, Hungria.
O maior templo cristão de Budapeste rende homenagem ao rei-santo fundador, estando no seu interior exposto a relíquia do seu braço direito. A sua cúpula é o ponto mais alto da cidade, marcando em altura os limites em conjunto com o Parlamento. Terminada de construir em 1905, apresenta planta de cruz latina com rica decoração interior e exteriormente marcada pela fachada com duas torres. (Entrada gratuita/2019).

Sinagoga Grande

Sinagoga Grande, Budapeste, Hungria.

Esta que é a maior sinagoga da Europa e a 2ª do mundo em tamanho, tendo sido edificada no sec. XIX, misturando influências neomouriscas e bizantinas, enquanto o interior incorpora a art déco com a utilização de azulejaria decorativa. No espaço encontra-se ainda o cemitério judeu e nas traseira a Árvore da Vida, uma escultura qual chorão, em que em cada folha se recordam as vitimas do Holocausto. (Entrada 4500HUF/14,00€/2019).

Obelisco soviético / estátua de Reagan

Reagan caminhando em direção ao obelisco soviético, Budapeste, Hungria.

Esta é uma memória casual à Guerra Fria, em plena praça da Liberdade. Dos poucos elementos da época soviética de resistiram à Queda do Muro, e sobrevivem no espaço urbano é o caso do obelisco memorial aos soldados soviéticos que morreram na libertação dos nazis de Budapeste em 1945. Uma fileira de árvores esconde-o da vista... mas ali ao lado encontramos a estátua de Ronald Reagan, presidente estadounidense que os hungaros veneram por ter ajudado à Queda do Muro.


Igreja Sta. Ana e igreja protestante

Igreja de Sta. Ana, Budapeste, Hungria.

Em Peste, no bairro de Batthyány, junto ao seu mercado e à estação homonima, além do sitio ideal para a foto do Parlamento, que se situa na margem oposta do Danubio, encontra-se a igreja de Sta. Ana, exemplo do barroco italiano na Hngria edificada em 1740, e cujo interior apenas podemos observar através das vidraças do guardavento que permitem admirar os frecos que lhe cobrem as paredes. Próxima encontra-se a mais humilde e sóbria igreja portestante reformista.

Princesinha

Princesinha nas margens do rio Danubio, Budapeste, Hungria.

Trata-se de uma pequerna estátua de 50 cm, que se encontra sentada junto à linha de elétrico no passeio marginal do Danubio. É obra do escultor húngaro László Marton, que observando a sua filha brincando com uma coroa feita de jornais e um vestido de princesa improvisado de um robe de banho, decidiu imortalizar esta fantasia infantil de princesa nesta estátua em 1972.

Biblioteca Metropolitana

Biblioteca de Budapeste, Hungria.

Uma das salas de leitura do antigo palácio Wenckheim, Budapeste, Hungria. | Foto FSZEK


Neste edifício, originalmente um palácio do sec. XIX, no qual se instalou em 1930 a biblioteca metropolitana, adaptando o espaço para a sua nova função, sobreviveram aquelas que são as mais belas salas de leitura de toda a Hungria. (Entrada 1000HUF/3,00€/2019 ou realizando a inscrição como leitor).

Sinagoga Ortodoxa da rua Kazinczy / Judiaria

Rua Kazinczy, Budapeste, Hungria.

Nesta rua acumulam-se os fieis mais ortodoxos do judaismo de Budapeste, que em 1931 construiram esta sinagoga, que além da sala de orações integram um complexo com edifícios administrativos, infantário, escola religiosa para rapazes, banhos e restaurante kosher. Ao redor da sinagoga residem e têm os seus negócios os membros desta comunidade.

Bares ruína

Bar Szimpla, Budapeste, Hungria.

Estes bares são uma novidade recente em Budapeste e algo único da cidade que desde o pioneiro Szimpla kert, se têm espalhado com muito sucesso entre os nativos e visitantes de Budapeste. O conceito, se assim se pode definir, é aproveitar edifícios abandonado e criar um ambiente boémio e alternativo para a reunião de artistas onde possam expor os seus trabalhos. O Szimpla ocupa atualmente vários edifícios vizinhos e é uma experiência essencial.

Karavan Food

Karavan Street Food Market, Budapeste, Hungria.

Justo ao lado do mitico Szimpla encontra-se o Karavan Food, um terreno por edificar onde se reunem vários food tracks oferecendo gastronomia de vários pontos do globo, numa alternativa diferente à reatauração tradicional e onde se pode encontrar o gulash ou um taco!

Avenida Andrássy

Ligando o coração tradicional de Pest com a Praça dos Heróis, e declarada Património Mundial, este bulevar assistiu às grandes celebrações do Milénio da Hungria. A maioria dos edifícios, alguns em recuperação, são neorenascentistas, e dão uma beleza europeia ao percurso que termina junto ao Parque Városliget, e que muitos comparam aos Campos Elisios de Paris.


Ópera

Rivalizando com a Ópera de Viena, esta é uma das mais belas salas de espetáculos da Europa. Edificada em 1884 e inaugurada pelo imperador Francisco José I e pela sua esposa Sissi, hungara de coração. Atualmente (2019) encontra-se em obras de meloramneto pelo que as visitas são limitadas e os concertos acontecem no segundo teatro da ópera de Budapest, pelo que a visita ao interior ficou agendada para outra oportunidade.

Casa do Terror

Fachada da Casa do Terror, Budapeste, Hungria.

Espaço bicefalo que é simultaneamente museu e memorial, em honra das vitimas tatnto do nazismo como da represão soviética, que após libertar o país dos nazis o ocupa ideologicamente com o comunismo russo. Neste edifício estava sedeada a polícia politica sovietica tendo estas paredes assistido a torturas e assassinatos de muitos hungaros. (Entrada 3000HUF/9,20€/2019). Ao igual que explicado quando efetuado a viagem à Polónia, o turismo negro nazi não é uma referência neste blogue.

Metropolitano do Milénio

Estação do metropolitano da linha 1, Budapeste, Hungria.

 A linha do metro que coincide com a avenida Andrássy, e construída para permitir aceder à praça dos Heróis desde o centro da cidade. Trata-se da 2ª linha mais antiga do mundo, detrás da de Londres, e está englobada na classificação de Património Mundial, dado nos 100 anos da sua inauguração foi restaurado apresentando estações e composições aspeto similar ao original. Uma experiência a não perder! (Bilhete 350HUF/1,00€/2019).

Praça dos Heróis

Praça dos Heróis, Budapeste, Hungria.

No topo da avenida Andrássy, junto ao parque Városliget, esta praça construída em 18969 para celebrar o milénio da fundação da Hungria, tem ao centro o memorial do Milénio, com os 7 líderes das tribos magiares fundadoras, e no cimo da coluna o arcanjo Gabriel, erguendo a coroa de Sto. Estevão, simbolo nacional hungaro. Detrás em semicirculo reis hungaros e figuras de importância nacional aqui eternizados. Aos lados dois edifícios neoclássicos que albergam museus.

Parque Varosliget

Lago do Parque Varosliget, Budapeste, Hungria.
Logo após a praça dos Heróis, começa o parque da cidade, um enorme espaço verde. O lago é usado ao longo de todo o ano, quer com embarcações a pedais no estio, quer como pista de patinagem. Junto a ele o castelo de Vajdahunyad (sec. XIX), reprodução de um castelo da Transilvania, região que pertenceu ao reino da Hungria, erguido para as celebrações do Milénio.

Estátua Anónimo

Anónimo?
Dentro do castelo Vajdahunyad, e em frente à porta do museu da Agricultura, situa-se esta sinistra estátua dedicada ao Anónimo, obra de Miklós Ligeti, aqui colocada em 1903, e um dos escenários de selfies mais procurado de Budapeste.

Balneário Széchenyi

Balneário Széchenyi, Budapeste, Hungria.

Esta dica merece um apontamento próprio no caderno assim que se te interessam os balneários de Budapeste, e este em especial clica aqui.

Váci Utca

Estátua de Mercurio na rua Váci, Budapeste, Hungria.
Esta é a rua comercial por excelência de Budapeste, repleta de gente e de sacos com compras. As principais marcas internacionais de moda estão aqui localizadas. A fonte de Mercurio, deus do comércio ou as fachadas dos edifícios , sobre as montras das lojas, e incluso alguma surpresas como o piso de roupa de homem da H&M, que mantêm a atmosfera tradicional do século passado. Não sair da rua Váci sem provar um kürtöskalác.

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