Bragança, da cidadela à Sé.

Castelo de Brgança.
Bragança, capital transmontana, tem o seu nome associado à última dinastia que reinou em Portugal, ainda que a sua refundação ocorre-se durante o reinado de D. Sancho I em 1187, sobre anteriores ocupações. O ducado de Bragança, criado em 1401 por D. João I  para o seu filho primogénito casado com a filha do condestável Nuno Alvares Pereira, rapidamente se tornou na mais rica casa nobre portuguesa. O 2º duque, D. Fernando I de Bragança, depois da sua participação na expedição a Tânger, consegue que o rei  D. Afonso V outorgasse a Bragança o título de cidade. 

Hoje é uma cidade onde se acumula maioritariamente a população do concelho e do distrito, sendo contudo uma cidade de media dimensão não ultrapassando os 23.000 habitantes, mas com uma forte componente comercial e de serviços.

Domus Municipalis, Bragança.
O principal núcleo patrimonial de Bragança é a cidadela ou alcáçova, cercada pela muralha trecentista, no interior da qual se encontra a primitiva povoação bragantina. No mais alto da cidadela encontra-se o castelo com torres circulares, no interior do qual se ergue a torre de menagem, sendo considerado o mais belo castelo de Trás-os-Montes.

Logo ali ao lado o curioso pelourinho, de feição românica, assente sobre um berraco céltico. Mais à frente situa-se a igreja de Sta. Maria, de origem românica mas muito alterada pelo barroco. No seu exterior merece destaque a sua portada de colunas salomónicas e interiormente os seus retábulos. Detrás desta chega-se ao verdadeiro ex-líbris da cidade, o Domus Municipalis, criado para ser uma cisterna e posteriormente usado como paços do concelho, razão pela qual detém este nome. É uma verdadeira peça de arte românica civil na Península Ibérica.

Descendo em direção ao centro, e ainda dentro da cidadela, encontra-se o Museu Ibérico da Máscara e do Traje, onde se expõe uma coleção representativa dos carnavais e festas invernais da região. Mas antes de sair da cidadela é hora de subir ao adarve e percorrer o caminho de ronda.

Já fora de portas, desço a caminho da igreja de S. Vicente, onde provavelmente se casaram D. Pedro I e Inês de Castro. É uma igreja de fundação românica, visível na abobada da capela-mor, ainda que as obras do sec. XVI lhe alteraram muito a fisionomia. A entrada faz-se por um portal renascentista, tendo ao lado um belo chafariz e uma capela da via sacra.

Atrás desta encontra-se o Museu Abade de Baçal, instalado no antigo Paço Episcopal, do qual se expõem algumas peças às que se juntam aquelas que o padre Francisco Manuel Alves, o conhecido como abade de Baçal, foi recolhendo pelo distrito, nomeadamente peças arqueológicas e etnográficas. O acervo museológico vai ser ao longo do século XX enriquecido com novas aquisições de pintura e uma maravilhosa coleção de máscaras.

Subindo a rua Abílio Beça encontra-se ainda outro polo da cultura bragantina, o Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, um edifício do arqº Souto Moura, que recupera e amplia um palacete do sec. XVII, para albergar parte do trabalho da pintora transmontana, bem como outras peças de arte contemporânea.

Antiga sé de Bragança.
Já na praça, encontra-se a Sé Velha de Bragança, concebida como igreja conventual no sec. XVI, passou a ser catedral com a transferência da sede episcopal desde Miranda do Douro, no sec. XVIII, quando sofre melhoramentos. Já no sec. XXI termina a construção do novo edifício, projetado pelo arqº Vassalo Rosa, para onde se transfere a cadeira episcopal, funcionando agora este templo como igreja paroquial. A Sé Nova ergue-se sobre a colina fronteira ao castelo marcando a futura/nova centralidade da cidade.

Igreja de Santa Maria, Bragança

Igreja de S. Vicente, Bragança.

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