Manchester, Oasis (e) industrial

Town Hall, Manchester, Reino Unido.
Manchester foi o berço da revolução industrial e simultaneamente dos Oasis, grupo mítico de rock dos 90's. Depois da decadência dos finais do sec. XX, com o fim das indústrias texteis, hoje a cidade renasce sobre as suas cinzas, sendo uma das mais dinamicas e de maior desenvolvimento no Reino Chester e Liverpool.
Unido. A minha viagem até ao noroeste de Inglaterra deu ainda para conhecer

O centro é relativamente pequeno para fazer o passeio a pé, e num dia é perfeitamente possível conhecer Manchester e aproveitar todos os seus encantos e centros comerciais. Não me recordo de uma cidade com tanto comércio como esta!

Um café frente à Catedral...

Salão de chá frente à catedral, Manchester, Reino Unido.

O hotel que escolhi para me alojar estava perto do rio Irwell, e além deste rio começa a cidade vizinha de Salford. E foi por ai que comecei o meu passeio conhecendo a Catedral católica da Grande Manchester. Trata-se de um edifício neogótico, dedicado a S. João Evangelista, datado de 1844.

Aproveitando a margem do rio, sigo o passeio por Salford até cruzar de novo a Manchester pelo passadiço junto à ponte de Vitoria Street. Em frente fica a Catedral anglicana de Manchester. Originalmente construída em 1215, como igreja paroquial, foi reconstruída em 1485, e é esse o aspeto que hoje apresenta, contudo os sucessivos danos que sofreu com os bombardeamentos da 2ª Guerra Mundial e do atentado do IRA em 1996, tendo sofrido reconstruções após esses sucessos, mantendo a estrutura gótica inicial. O estatuto de catedral apenas lhe foi atribuído em 1847, com a nomeação do primeiro bispo da cidade. Destaque no seu interior para o coro de madeira, datado do sec. XV e os mais recentes vitrais contemporrâneos.

Aproveito o salão de chá em frente da catedral, propriedade desta, para tomar uma boa bica antes de seguir o périplo pela cidade. Um espaço curioso, debaixo do qual ainda se conserva uma estrutura romana da fundação da cidade! Mais acima fica o Old Wellington pub, instalado num edifício de madeira datado de 1552, e considerado o mais antigo do género na cidade.

Por detrás, na praça Cathedral Gardens, encontra-se o Museu Nacional do Futebol. Não sou um homem de futebol, mas em Manchester é impossível não tropeçar neste desporto. Além do museu, instalado num edifício todo envidraçado onde se exibem várias coleções, a cidade acolhe duas equipas da Primier League, o Manchester United e o Manchester City. O estádio de  Old Trafford e Museu do Manchester United são locais essências a visitar para os amantes de futebol. Talvez na próxima visita à cidade me anime  a visita-lo.

Ainda nesta praça situa-se outro dos edifícios característicos de Manchester, o Corn Exchange. Trata-se da antiga bolsa de milho, que nos ultimos tempos se foi degradando e transformando-se o piso térreo em zona comercial. Foi aqui que em 1996 o IRA colocou uma bomba que destruiu esta zona da cidade. Hoje este edifício triangular é um centro comercial dedicado à restauração. Antes de entrar na Corporation Street, não se pode deixar de entrar e conhecer um dos centros comerciais mais originais da cidade, o Printworks. Antes de ser transformado, no ano 2000, num centro de ócio e restauração, era aqui que estavam localizados as gráficas das quais saiam os jornais da região.

... um franguinho em Piccadilly...


Segue-se o coração comercial de Manchester que se desenvolve em redor de Market Street. Na esquina desta rua encontra-se o Royal Exchange Theatre, trata-se do antigo edifício vitoriano do Mercado de Algodão transformado em teatro já nos finais do século XX.

O reto é subir Market Street e tentar chegar a Piccadilly Gardens sem atingir o limite do cartão de crédito!

Piccadilly Gardens, Manchester, Reino Unido.
Piccadilly Gardens é hoje um ponto de encontro na cidade, aqui convergem as linhas de elétrico e de autocarros urbanos, numa ampla esplanada do que em tempos foi um hospital militar. Decoram a praça várias estátuas, como a do general Wellington ou a da rainha Victória. E é precisamente em frente desta estátua que encontro outro Nando´s.  Já tinha tropeçado neste restaurante em vários pontos da cidade, assim que como é hora de almoço decido descobrir o "chicken peri-peri". Uma cadeia de restaurantes tendo por base o nosso frango assado!

O bairro acima desta praça é o Northern Quarter, zona que deixarei para visitar à noite, dado a quantidade de bares, galerias e restaurantes que se concentram nesta zona. Agora, repostas as forças e depois da bica na esplanada do "wall", assim chamam os locais ao edifício central da praça, desço à St. Peter's Square. Mas antes não deixo de conhecer o Chinatown e o seu "paifang" (arco chinês), erguido em 1987,  para celebrar que este é o 3º maior bairro chinês da Europa.

Em St. Peter's Square há um conjunto de edifícios históricos e modernos que, ao igual que toda a cidade, jogam entre a tradição e a modernidade. Um deles é o circular da Biblioteca Central, datado de 1934 e renovada já neste século. O hotel Midland, é o clássico grande hotel que foi construído pela companhia ferroviária para servir  os seus clientes em 1903, como um palácio para o século XX.

Contudo o Town Hall é o centro das atenções. A sua alta torre do relógio (85 m.) centra a fachada neogótica. Construído entre 1867-77, parece um cenário para um filme de fantasia e magia. No seu interior a Galeria das Esculturas,  é o sitio ideal para tomar um chocolate quente enquanto ouço "Don't Look Back in Anger" um dos grandes êxitos dos irmãos Gallagher e da saudosa banda Oasis, que me acompanhou na adolescência.

... e refresco em Spinningfields.


Edifício The Avenue e Biblioteca John Rylands, Manhester, Reino Unido.
Saindo da Albert Square é tempo de procurar a igreja "escondida" de Manchester. Trata-se da igreja católica de St. Mary, construída em 1794. Passa muito desapercebida pois o seu exterior de tijolo e a rua onde se encontra (Mulberry street) não permitem adivinhar a riqueza decorativa e tranquilidade do seu interior. O retábulo de mármore, da época vitoriana, impressiona pelo seu trabalho escultórico.
Dirijo-me agora a Deansgate, esta é uma via estruturante do centro da cidade. Nela, um pouco mais acima, e detrás do Royal Exchange Theatre, a igreja anglicana de St. Ann e o bonito edifício de ferro e vidro da Barton Arcade, um novecentista centro comercial que me apaixonou.

Ao fundo desta avenida, e destacando sobre toda a cidade, a Torre Beetham. É o arranha-céus mais alto do Reino Unido fora de Londres, com os seus 168 m de altura, é uma mistura de unidade hoteleira e apartamentos. Desde a sua construção, e, ao seu redor, junto à estação de comboios de Deansgate, instalaram-se muitos bares e restaurantes, sendo uma das muitas zonas de ócio da cidade. Mas, para terminar a visita não vou descer toda a avenida, reservo-me para a próxima viagem o Museu da Ciência e da Indústria, e fico-me por Spinningfields.

Antes de entrar nesta renovada área da cidade, com edifícios envidraçados de escritórios, apartamentos e organismos oficiais, não posso deixar de lamentar não ter entrado na John Rylands Library, a biblioteca universitária, construída em 1900, em estilo neogótico.

Junto às margens do rio Irweel, numa esplanada e contemplando a água refletida nas vidraças dos edifícios, termino a minha jornada em Manchester. Uma cidade com história, mas que está em completa renovação para enfrentar os novos desafios, deixando atrás o seu passado industrial não esquecendo que daí surgiu o seu esplendor.

Town Hall e Albert Memorial, Manchester, Reino Unido.
Igreja de Saint Mary, Manchester, Reino Unido.
Detalhe das galerias de Barton Arcade, Manchester, Reino Unido.

Royal Exchange Theatre, Manchester, Reino Unido.

Catedral de Salford, Manchester, Reino Unido.

Cathedral Gardens, Manchester, Reino Unido.

Centro comercial Great Northern, Manchester, Reino Unido.

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