 |
Palácio Real, Tetouan, Marrocos. |
Tetouan foi a capital do Protetorado Espanhol (1912-1958) no norte de Marrocos e foi também a principal recetora dos muçulmanos expulsos da Península Ibérica no sec. XVI. Estes dois factores marcam e moldam a cidade.
A Medina, a segunda maior de Marrocos após a de Fez, é uma mistura de cultura muçulmana e hispano-andalusí, que devido à sua brancura vai dar o cognome de "Blanca Paloma" a esta localidade de mais de 725.000 habitantes. Por outro lado o ensanche construído pelos espanhóis vai dotar esta cidade de um aspeto colonial europeu, com a abertura nos arrabaldes de novas avenidas.
A fundação de Tetouan é apontada durante a Idade Média, havendo registo da sua destruição pelo Califa de Córdoba (sec. X), pelo Sultão de Granada (sec. XIV), pelo rei Henrique III de Castela (1437) e pelos portugueses de Ceuta em 1484, sendo definitivamente reconquistada e refundada por Sidi al-Mandri I, servindo de ponto de ataque aos portugueses sediados nas cidades costeitras. A cidade vai florescer até ao sec. XIX quando Espanha ocupa estes terriotórios retirando-se posteriormente para em 1912 estabelecer o Protetorado na zona do Rif e norte de Marrocos.
A Medina
Tentar perceber a Medina e orientar-se lá dentro é impossível. Há que entrar dentro da muralha e descobrir as ruas, ruelas e becos, sem tentar orientar-se. Quando for o momento de regressar saberás encontrar umas das 7 portas.
A Medina divide-se em 5 zonas, diferentes entre elas. Junto ao ensanche e a sul do Palácio Real encontra-se o bairro judeu, La Mellah, e à sua direita o bairro de Soliqa. A norte destes e detrás do palácio está o baiiro El-Blad, com as suas casas aristocráticas e onde se localizam a Grande Mesquita, a zauia Saidi e a Bab (porta da muralha) Saida (curioso nome para uma porta!). Subindo em direção ao kasbah (castelo, sec. XIV) encontram-se os bairro de Al-Tranqat y Al-Ayun, onde se encontrar o souk El Fooqi, mercado de verduras.
Em todos os bairros encontramos as suas estruturas sociais próprias, incluindo as mesquitas, madraça (escola religiosa) e hamam. Toda esta estrutura e vivência levou a que a UNESCO classifica-se a Medina como Património Mundial.
Ensanche
Funciona como centro cívico da cidade, onde estão localizadas as instituições da cidade, ocupando os edifícios construídos durante o protetorado espanhol.
No antigo soco, transformado em praça Hassan II, encontramos o Palácio Real. Foi no final do reinado de Hassan II se recuperou o antigo palácio Jalifa para a sua residência na cidade, visitando-a oficialmente por primeira vez. Esta zona foi ignorada economicamente como vingança pela Revolta do Rif, quando os habitantes da cidade e da região se manifestaram contra a incorporação dos territórios do protetorado no reino de Marrocos.
Desde esta praça sai a avenida Mohamed V, que cruza o Ensanche até à praça Moulay el-Mehdi, e onde se encontram vários edifícios modernistas como o da Companhia Fénix, o da Companhia Equitativa, o Consulado de Espanha, e outros edifícios nas imediações como o Cinema Espanhol, Palácio de Correios e a igreja católica de N. Srª. das Vitórias.
 |
Avenida Mohamed V, Tetouan, Marrocos. |
 |
Edifício dos Seguros Equitativa, Tetouan, Marrocos. |
 |
Cinema Espanhol, Tetouan, Marrocos. |
 |
Mercado, Tetouan, Marrocos. |
 |
Palácio de Correios, Tetouan, Marrocos. |
 |
Pormenor no mercado, Tetouan, Marrocos. |
Olá, gostei das suas fotos. Já estive em Tetuan há cerca de duas décadas atrás.Suponho que a cidade deve ter mudado para melhor.Acho curioso que esteja hasteada uma bandeira espanhola no Palácio do Correos. Saudações.
ResponderEliminar