Chefchaouen, no reino do azul.

Ruela na medina, Chefchaouen, Marrocos.
Esta cidade (40.000 habitantes) no norte de Marrocos é talvez uma daqueles locais que não deve faltar a nenhum viajante em Marrocos. Relativamente perto de Portugal, o norte de Marrocos é simultaneamente um destino exótico e culturalmente perto nós pela herança lusa que encontramos em algumas destas cidades. E  Chefchaouen não é exepção.

Para mais é a cidade azul de Marrocos, as ruelas do centro histórico estão todas caiadas em tons de azul. A sua posição no sopé das montanhas do Rif foi a razão pela qual Moulay Ben Rachid a escolhe para construir uma fortaleza que trava-se o avanço dos portugueses na sua expansão pelo Magreb. O seu apogeu acontece quando acolhe muitos muçulmanos e judeus fugidos do Al- Andaluz após a tomada de Granada em 1492.

Até ao estabelecimento do Protetorado Espanhol (1912) a cidade abre-se ao mundo ocidental, até à data esta cidade santa do Islão estava interdita aos cristãos, havendo constância apenas de dois viajantes ocidentais que tivessem entrado disfarçados na cidade e saído com vida.

Praça El Haouta, Chefchaouen, Marrocos.
O azul das suas casas, ruas, fontes, etc. é-lhe introduzida durante o domínio espanhol nos anos 30 do sec. passado, pois anteriormente a cor predominante era o verde, cor do islão. São sobretudo refugiados judeus que ali são acolhidos e que tingem a cidadela de azul, usando como pigmento a concha de búzios. Recordemo-nos que o Reino de Marrocos como estado incorpora esta região apenas em 1956/58, quando se torna independente do Protetorado Espanhol e sobretudo francês.

O ideal é mesmo perder-se pela cidadela / medina percorrendo as suas ruelas, algumas cheias de lojas e mercados, sejam elas com produtos trazidos das hortas e das montanhas do Rif para um público doméstico, sejam as muitas lojas dedicadas aos turistas que cada vez mais assaltam esta cidade.

Subindo pela Porta da Medina desde a avenida Hasan II, e em sentido ascendente, entre largos e ruelas, chego ao coração de Chefchaouen, a praça Uta El Hamman. Depois de quase chegar à agorafobia das ruelas anteriores aqui respira-se. A praça está cheia de cafés e restaurantes onde tomar algo refrescante à sombra do grande cedro que a preside.

Ainda na praça encontra-se a porta de entrada ao Kasbah (castelo), se o conseguires encontrar aberto (10 dirham / 2014), podes apreciar os seus jardins e subir às suas torres defensivas. Na praça está localizada também da Grande Mesquita (não se permitem visitas de não muçulmanos) com o seu alto minarete octogonal.

Ao longo de toda a medina existem muitas fontes que são o perfeito exemplo do porque da escolha de aqui localizar uma cidade que enfrenta-se os portugueses e permitisse o sustento dos seus habitantes.

Ruela na medina, Chefchaouen, Marrocos.

Detalhe da medina, Chefchaouen, Marrocos.

Torre do Kasbah e Grande Mesquita, Chefchaouen, Marrocos.

Detalhe da medina, Chefchaouen, Marrocos.

Chapéus típico das Montanhas do Rif, Chefchaouen, Marrocos.

Chaúnis sentados numa fonte, Chefchaouen, Marrocos.

Detalhe da medina, Chefchaouen, Marrocos.

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