Siena, um sonho gótico na Toscana

Sombra da Torre del Mangia, Piazza del Campo, Siena, Itália.

























Amanhecer em Florença é por si uma experiência única. Mas abandoná-la, a bordo de um comboio, e rumar a Siena, é uma experiência que aconselho vivamente.

Partindo da estação de Santa Maria Novella, em aproximadamente 1 hora e pouco, chegamos a Siena. A viagem atravez dos campos da Toscana,  num comboio regional, é por ela só uma experiência única. Colinas salpicadas por cipestres e aldeias pitorescas são as companheiras de viagem que te embalam até Siena.

Entrar no centro histórico de Siena é regressar à época medieval. Confesso que pouco lugares me conquistaram nos primeiros passos. Em Siena, ou Sena, essa sensação foi imediata. Vale muito a pena passear pelas ruas centrais desta antiga cidade-capital da república medieva de Siena. Em poucos passos tropeçámos no "Palazzo Salimbeni", um palácio gótico que acolhe o mais antigos banco europeu, em funcionamento desde o sec. XV, o "Monte dei Paschi di Siena", que ainda hoje é um gigante financeiro em Itália.

Torre del Mangia, Siena, Itália.
Dois passos depois, encontramos o Mercado de S. Paulo, com a sua linda "loggia", utilizamos as escada anexas para aceder, por um túnel, à "Piazza del Campo". Estamos no coração de Siena. Seguramente alguma vez já vimos imagens da festa do Palio, em que os cavaleiros de cada um dos bairros da cidade, se envolvem numa competição por conseguir o palio, leia-se bandeira, que encherá de orgulho o bairro vencedor ao longo desse ano.

Esta é uma praça curiosa pela forma de leque, na qual reina o Palácio Municipal (Palazzo Pubblico), um edifício do sec. XIV, no qual se alça a Torre do Campanário ou "Torre del Mangia", construida para superar em altura a rival torre do Palácio Velho de Florença.

Sentar-se neste anfiteatro, em que se perde a visão entre a altura do "campanille", da loggia, das fontes e dos edifícios que a rodeiam, e imaginar como em cada 2 de julho, cavalos e gentes enchem por completo este espaço, entre as cores das bandeiras, aproveitando para recompor forças para chegar à praça "del Duomo".

A catedral é exemplo do gótico toscano, olhá-la, e voltar a olhar a sua fachada, devia ser um exercício obrigatório para toda a população mundial. No interior os mármores brancos e pretos marcam todo o espaço, onde os mosaicos do pavimentos nos obrigam a olhar o chão para subir de imediato em busca da luz que entra pela rosacea  e onde sobreçai o púlpito marmóreo, peça onde os espaços vazios não existem, fazendo desta peça artistica um exemplo do "horror vacui" e da qual a representação da passagem biblica da matança dos inocentes é um perfeito exemplo. Merece a pena recordar o nome do artista desta maravilha, Giovanni Pisano.

Em definitiva Siena é um destino que merece por si só uma ida até à Toscana italiana. Eu seguro regresso lá.


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Duomo di Santa Maria Assunta, Siena, Itália.
Base do púlpito, representando a loba alimentando Rômulo e Remo, simbolos da cidade, Siena, Itália.
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